Voz transmite liderança e até inteligência, diz estudo

São Paulo – Dependendo das características da sua voz, você pode ser percebido no seu ambiente de trabalho como mais ou menos sociável, inteligente, competente ou até pronto para ser chefe.
A conclusão é de uma nova pesquisa lançada pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada), que ouviu 400 executivos de empresas brasileiras de grande porte.
O estudo mostrou que 90% dos profissionais reconhecem a influência positiva ou negativa da voz para a imagem que fazemos uns dos outros no ambiente corporativo.
Segundo Rosângela Curvo Leite, coordenadora da pesquisa, a voz é uma das principais ferramentas de comunicação, tanto na esfera profissional quanto na pessoal.
“Ela reflete o estado de espírito, o humor, as emoções e outros aspectos psicológicos”, afirma a fonoaudióloga.
Ingrediente importante na composição da sua imagem pessoal, o som da fala de um indivíduo pode influenciar os rumos da sua carreira, segundo os executivos ouvidos pelo CPDEC.
Para eles, as principais funções desse elemento são incrementar o marketing pessoal (82,6%), prender a atenção do interlocutor (81,9%), facilitar as relações interpessoais (64,6%), ajudar em uma entrevista de emprego (63,9%) e transmitir competência profissional (52,6%).
Interpretações:
A influência desse elemento para a imagem pessoal não é ignorado pelos executivos ouvidos na pesquisa: para 58,7% dos entrevistados, as características vocais de um profissional refletem sua personalidade.
Outros traços pessoais que os entrevistados pelo estudo também costumam inferir pela voz são passividade (79,9%), liderança (77,5%), sociabilidade (57,9%), competência profissional (52,6%) e até inteligência (20,5%).
Rosângela explica que as impressões que cada tipo de voz pode causar são inteiramente subjetivas, ligadas a referências individuais que colecionamos ao longo da vida. “Vozes vibrantes, por exemplo, são comumente associadas à capacidade de persuasão do indivíduo; as graves são relacionadas ao autoritarismo; as agudas, à fragilidade”, ilustra Rosângela.
Estados de ânimo também não passam despercebidos pelos ouvidos: a voz entrega se estamos nervosos (97,8%), cansados (92,6%) ou bem-humorados (92,6%).
Ouvidos irritados
É comum, porém, que algumas características vocais do outro – como timbre, modulação ou intensidade – não agradem. A voz que mais causa incômodo é a estridente, citada por mais de 74% dos entrevistados. Veja a tabela a seguir com os tipos que causam mais irritação:
Tipos de voz e porcentagem dos que os considera muito incômodo:
Estridente: 74,40%
Aguda (fina): 45,70%
Forte: 36,70%
Instável: 34,50%
Hipernasal: 32,70%
Fraca: 31,10%
Rouca: 14,30%
Grave (grossa): 6,10%
O estudo ainda revelou que a maioria dos executivos entrevistados, ou 66,5% deles, não está totalmente satisfeita com a sua voz. Para 54,7%, suas características vocais chegam a atrapalhar o entendimento de sua fala.
Existe saída? Segundo a fonoaudióloga que coordenou a pesquisa, algumas características vocais são determinadas pela genética e não podem ser mudadas de forma permanente. Mesmo assim, algumas providências podem ser tomadas para garantir uma melhor produção vocal.
“Existem técnicas que trabalham respiração, postura e intensidade, por exemplo, que podem contribuir para diminuir a aspereza, a rouquidão e o tremor da voz”, afirma ela. Um hábito simples que também ajuda, segundo Rosângela, é beber água várias vezes ao dia para garantir a hidratação das pregas vocais.
Por Claudia Gasparini, de Exame.com.

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