Venda direta não é movimento oportunista, diz VW
Perfil do mercado mudou, comenta vice-presidente de vendas e marketing
O vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil, Gustavo Schmidt, reconhece que as vendas diretas estão sendo decisivas para manter o crescimento do mercado brasileiro de veículos este ano, mas diz que “esse não é um movimento oportunista”.
Segundo ele, o perfil do mercado está mudando. “São fenômenos que ocorrem atualmente no mercado, como o aumento expressivo das vendas para o público PcD (Pessoas com Deficiência) e a procura crescente por carros alugados, tanto por parte do consumidor comum como de pessoas que decidem trabalhar com a Uber e não têm poder aquisitivo para comprar um carro”.
Na avaliação de Schmidt, o patamar atingido pelas vendas diretas, acima de 45% este ano, reflete uma nova realidade que tende a se manter a partir de agora. “As locadoras compram mais porque a demanda assim exige e a procura de veículos pelo público PcD não para de creser. Lá fora é normal esse índice de participação das vendas diretas que estamos atingindo no Brasil”.
A Volkswagen estima que 9% das vendas atuais de automóveis e comerciais leves destinam-se ao público PcD. No caso da Volkswagen, esse índice subiu de 3,6% para 4,3% no comparativo de janeiro a maio deste ano com o mesmo período de 2018. A empresa passou a investir em versões com câmbio automático, que é uma exigência desse público, apenas partir de 2017, quando iniciou o processo de renovação de sua frota no Brasil.
Com relação ao varejo, o vice-presidente da Volkswagen admite que a expansão nesse caso é bem menor do que a verificada nas vendas diretas. Na verdade, no acumulado dos primeiros cinco meses, as vendas no varejo ficaram praticamente estáveis em relação ao ano passado. Mas ele acredita que o movimento nas concessionários vai subir no segundo semestre.
“Estamos mantendo nossa projeção de crescimento do mercado interno na faixa de 10% a 14%”, informa Schmidt. “Acho que as vendas no varejo voltarão a crescer principalmente se sair a reforma da previdência, o que acreditamos ocorra entre junho e julho”.
Atualmente, os modelos topo de linha, que abrangem o público de maior poder aquisitivo, estão com demanda mais aquecida, como é o caso do recém-lançado T-Cross, que tem fila de espera de 60 dias na opção highline.
Na avaliação do vice-presidente da Volskwagen, o varejo deverá se aquecer a partir do segundo semestre com a volta do consumidor de menor poder aquisitivo. “A retomada virá com o público de renda mais baixa”.
Fonte: Auto Indústria