Apagões cibernéticos e locadoras de veículos
Apagões cibernéticos e locadoras de veículos. Impactos globais e repercussões no Brasil.
O mercado de locação de veículos no Brasil, em particular, enfrenta desafios únicos durante os apagões cibernéticos.
No dia 19 de julho, o mundo foi surpreendido por um apagão cibernético que afetou diversos setores, causando prejuízos financeiros significativos. Esses apagões cibernéticos são interrupções massivas nos serviços digitais, geralmente provocadas por ataques cibernéticos, falhas técnicas ou desastres naturais, e têm um impacto devastador em uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia.
Os apagões cibernéticos podem paralisar operações em uma variedade de setores, desde serviços essenciais como saúde e transporte até atividades econômicas críticas como bancos e comércio eletrônico.
Em nível global, essas interrupções resultam em perdas financeiras, interrupção de serviços, perda de dados e danos à reputação.
Empresas e governos enfrentam enormes perdas financeiras devido à paralisação das operações e à necessidade de recuperação dos sistemas afetados.
A consultoria Gartner estima que o custo médio de uma hora de inatividade para uma empresa gira em torno de 300 mil dólares. Além disso, serviços essenciais como eletricidade, água e comunicações podem ser interrompidos, causando um efeito dominó em outras áreas vitais da sociedade.
Os apagões cibernéticos podem resultar na perda de dados críticos, comprometendo informações sensíveis e prejudicando a confiança dos consumidores. Empresas afetadas por apagões enfrentam danos à sua reputação, o que pode levar à perda de clientes e à diminuição da confiança do mercado.
Para Pedro José Santos, especialista e consultor em cibersegurança, o impacto dos apagões cibernéticos vai além das perdas financeiras imediatas: “a mobilidade dos clientes, problemas logísticos, a indústria do turismo e viagens de negócio podem ser afetadas através de um apagão cibernético na área.”, explica.
Impacto na locação de veículos
O mercado de locação de veículos no Brasil, em particular, enfrenta desafios únicos durante os apagões cibernéticos. Sistemas de reservas online e de gestão de frota são vitais para as locadoras de veículos. Um apagão pode impedir novas reservas, cancelamentos e o gerenciamento eficiente da frota.
As operações logísticas, incluindo a entrega e devolução de veículos, podem ser severamente afetadas, resultando em atrasos e insatisfação do cliente. Além disso, muitas locadoras dependem de tecnologias de rastreamento para monitorar a localização e o estado dos veículos.
Apagões podem comprometer a segurança dos veículos e aumentar o risco de roubo.
A perda de dados de clientes, histórico de reservas e informações financeiras pode causar grandes transtornos e comprometer a continuidade dos negócios. Para o consultor Pedro José, as locadoras de veículos, assim como muitas outras empresas, precisam investir em soluções de backup e recuperação de desastres.
“De fato, os dados são propriedades importantíssimas de qualquer empresa moderna. A cultura data-driven traz resultados na evolução do mercado nunca antes imaginados. Os dados obtidos através de sistemas de telemetria ajudam a otimizar o uso da frota, economizar combustível e realizar manutenção preventiva. Rotinas de backup frequentes garantem a retenção da propriedade intelectual e dos dados e também o retorno da empresa à produção em caso de apagões prolongados em sistemas críticos ao negócio.
Tendo em vista o custo de inoperância de uma empresa segundo a Gartner, a proteção da produção através de uma arquitetura de alta disponibilidade monitoração é obrigação de uma companhia comprometida com a prevenção. Algumas locadoras de veículos estão integradas a plataformas de mobilidade mais amplas, como serviços de car-sharing (ex: Zipcar) e ride-hailing (ex: Uber). Um apagão pode interromper essas integrações, impactando a locadora, parceiros e clientes que dependem desses serviços para mobilidade diária.”, explica o consultor.
O apagão de 19 de Julho
O recente apagão de 19 de julho serve como um lembrete contundente dos riscos associados à nossa dependência crescente de tecnologias digitais. Vários setores foram afetados, e as locadoras de veículos enfrentaram um dia de operações interrompidas, resultando em perdas financeiras substanciais e impacto na satisfação do cliente.
Para minimizar os impactos dos apagões cibernéticos, as empresas devem adotar estratégias robustas de cibersegurança. Manter backups regulares e atualizados de todos os dados críticos é essencial para garantir uma recuperação rápida em caso de perda de dados. Além disso, desenvolver e testar regularmente planos de recuperação de desastres assegura a continuidade dos negócios durante interrupções.
Para o consultor, implementar uma abordagem de segurança em camadas, que inclui firewalls, sistemas de detecção de intrusões e autenticação multifator, é fundamental para proteger contra uma variedade de ameaças: “É importante notar que um apagão cibernético não exclui a possibilidade de um ataque. Pelo contrário, pode facilitá-lo, uma vez que se o sistema de TI está fora do ar, os sistemas de segurança também estão. As informações sensíveis de clientes em caso de vazamentos ou extorsão pode colocar a empresa em uma posição legal irreversível.
Assim, a implementação de uma arquitetura robusta de segurança reduz as chances de um cenário catastrófico num apagão ou ataque cibernético. A autenticação multi-fator serve de barreira sólida frente a atenção criminosa num momento de fragilidade; sistemas de inteligência de ameaças ajudam a prevenir a impersonificação da marca através de ataques phishing. Além do mais uma redundância na segurança do perímetro da empresa.”, sinaliza Pedro José.
O que aprendemos no apagão cibernético
Para Pedro José, o apagão cibernético de 19 de julho trouxe importantes lições para empresas e governos ao redor do mundo. “Ficou evidente que a dependência crescente de tecnologias digitais torna os sistemas mais vulneráveis a ataques e falhas. Isso reforça a necessidade de investimentos contínuos em cibersegurança e infraestruturas resilientes”, ressaltou.
Além disso, o apagão mostrou que a colaboração entre setores público e privado é crucial para responder eficazmente a crises cibernéticas. A troca de informações e a coordenação de esforços permitem uma resposta mais rápida e eficiente, mitigando os impactos negativos.
As empresas também aprenderam que ter planos de contingência bem definidos e testados regularmente é vital para a continuidade dos negócios. Esses planos devem incluir procedimentos claros para recuperação de desastres e comunicação com clientes e stakeholders.
Sobre o profissional
Pedro José Silva dos Santos é consultor em segurança cibernética, segurança de rede e educação. Atualmente, atua como Consultor de Cibersegurança e como juiz voluntário no Globee Awards, ilustrando seu reconhecimento na indústria.
Pedro já ocupou posições significativas em organizações prestigiadas, incluindo NTT Ltd. e IBM, onde gerenciou sistemas avançados de cibersegurança. Suas habilidades abrangem computação em nuvem, serviços de segurança gerenciados e comunicação multilíngue, enfatizando sua capacidade de unir expertise técnica com iniciativas educacionais inclusivas. Pedro José faz parte da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD). Recentemente atuou como juiz nas premiações de cibersegurança e tecnologia da informação do Globee Awards 2024, onde foi premiado com a medalha de prata por um programa de automação que desenvolveu para gerenciamento de firewalls.