Locadoras impulsionam vendas no atacado
Locadoras impulsionam vendas no atacado, apesar de queda na produção
Setor de locação reforça sua relevância ao sustentar parte importante da demanda das montadoras
O mês de maio trouxe dados positivos para o setor automotivo brasileiro em termos de vendas e exportações, apesar de uma queda na produção que acendeu um sinal de alerta para as montadoras.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de autoveículos totalizaram 225,7 mil unidades em maio, o melhor volume mensal registrado até agora em 2025. Na comparação com abril, o crescimento foi de 8,1%. Já em relação a maio de 2024 — quando a produção e as vendas foram afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul —, o avanço foi de 16,2%.
Esse bom desempenho das vendas internas foi impulsionado pelas compras de grandes frotistas, principalmente as locadoras de veículos, que estão com ritmo aquecido.
Apesar do bom momento nas vendas, a produção de veículos apresentou recuo de 5,9% em relação a abril, com 214,7 mil unidades fabricadas. Na comparação com maio do ano passado, houve crescimento de 28,8%, mas é importante considerar que a base de 2024 foi impactada por eventos climáticos extremos no sul do país.
No acumulado de janeiro a maio, a produção somou 1,025 milhão de unidades — 10,6% a mais que no mesmo período de 2024.
“O recuo na produção indica perda de participação de vendas para os importados, além de certa cautela dos fabricantes em relação à expectativa de vendas nas próximas semanas”, avaliou o presidente da Anfavea, Igor Calvet.
Já as exportações seguem em alta. Com 51,5 mil unidades embarcadas em maio, o resultado foi o melhor desde agosto de 2018. E quase o dobro do registrado em maio de 2024. No acumulado do ano, as exportações superaram 200 mil unidades. Marca que só foi atingida em julho do ano passado — representando uma alta de 56,6%.
Por outro lado, as importações seguem ganhando terreno no mercado brasileiro, com 190 mil unidades acumuladas até maio, sendo 39,7 mil apenas no último mês. Os modelos importados representaram 54% do crescimento do mercado brasileiro no período. Com destaque para os automóveis vindos da China, que responderam por 65% desse avanço.
“Há um saudável aumento do fluxo comercial com a Argentina, mas no caso dos modelos vindos da China, verificamos um ingresso atípico, beneficiado por uma taxação bem inferior à que vemos em outros países produtores, o que gera uma perigosa distorção em nosso mercado”, alertou Calvet.
As locadoras, que tradicionalmente são responsáveis por uma parcela significativa das compras de veículos novos no Brasil, reforçam sua posição como protagonistas em momentos-chave do setor. Em 2024, essas empresas responderam por 26,1% de todos os automóveis e comerciais leves emplacados no país, com mais de 649 mil unidades adquiridas.
Locadoras impulsionam vendas no atacado, apesar de queda na produção