Maestro vai ao campo
Após investir em carros, caminhões e eletrificados, empresa de aluguel e gestão de frotas aposta na locação de equipamentos agrícolas.
São 15 anos de atuação em serviços de terceirização e gestão de frotas. Um período marcado por troca no comando, ampliação de portfólio e consolidação que deram à Maestro Frotas condição estrutural e financeira para expandir as atividades pelo País.
Além de aluguel e administração de carros, a empresa diversificou os negócios para os segmentos de caminhões, veículos elétricos e mais recentemente ao de equipamentos agrícolas, embalada pelo crescimento do agronegócio. “Analisamos a possibilidade de entrar no ramo de locação de equipamentos industriais. Os projetos são testados e implementados um a um”, disse Álvaro Gonçalves que, ao lado de Alberto Camões, é co-CEO e sócio-fundador da Stratus, fundo de investimentos com 20 anos de estrada e R$ 1 bilhão em ativos na carteira, além de controlador da Maestro.
A história da Maestro teve início em 2007.
Criada para atender o mercado de aluguel de veículos, a empresa foi selecionada quatro anos depois para um projeto inédito no segmento: passou a receber aportes de capital do fundo de investimentos Stratus com o objetivo de transformá-la em um dos principais playeres do mercado.
Os motivos principais para a escolha da Maestro, segundo o executivo, foram a base sólida e o crescimento anual agressivo e consistente. “Enquanto as outras [locadoras] só faziam frotas nacionais, em acordos com empresas que contratam mil carros ao mesmo tempo, a Maestro sempre trabalhou com frotas de 10 a 100 unidades. Às vezes, 200. Isso dava uma vantagem maior.”
“Não é simplesmente alugar o carro. É gerir a frota. Antecipar manutenções. Cuidar da segurança” Álvaro Gonçalves Co-CEO da Stratus, controladora da Maestro.
Os serviços prestados ao contratante são vistos como diferenciais por Gonçalves em relação às concorrentes. “Não é simplesmente alugar o carro para a empresa. É gerir aquela frota. Antecipar manutenções. Cuidar da segurança. Muitas vezes, as companhias não têm sistemas para administrar isso. É o que fazemos”, disse.
SUCESSO
A expansão nos negócios foi tamanha que, em 2016, a empresa passou a investir no segmento de frota de caminhões. “Um enorme sucesso”, de acordo com o CEO. E os números referentes à área confirmam isso. O crescimento ano a ano tem sido de 40% e a vertical já representa 35% da receita anual da companhia. A expectativa é alcançar 50% do faturamento total mediante projetos de infraestrutura contratados pelo governo federal e o novo Marco Legal do Saneamento, vigente desde meados de 2020 e que tem como metas garantir que, até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 95% à coleta e tratamento de esgoto.
Os veículos elétricos também ganharam espaço no portfólio. Segundo o co-CEO Alberto Camões, a demanda ainda é tímida comparada à de caminhões. A empresa chegou a tomar iniciativas como importar modelos eletrificados de baixo custo. “Mas no nosso caso tem que ser para empresas com frota de entregas de curta distância, com uma utilização muito específica”, afirmou. “Porque você não pode rodar tanto e precisa voltar para carregar durante a noite.”
O executivo espera ainda que os modelos híbridos vão preceder os 100% elétricos nas frotas. “O problema é que o híbrido ainda é um carro caro. Então na hora que a empresa vai fazer o aluguel vai sair muito mais custoso do que os dos modelos convencionais [flex ou gasolina]”
De olho no crescimento do agronegócio pelo Brasil, a empresa também tem apostado no aluguel de equipamentos de linha amarela. Há pouco mais de seis meses, a Maestro colocou em atividade um projeto piloto e espera ganhar mercado nos próximos anos.
Os produtos mais buscados são tratores e colheitadeiras.
“Ainda temos um pedacinho pequeno que representa 2%, 3% do faturamento da companhia. Agora vamos entrar de forma mais forte comercialmente”, disse Eduardo Oliveira, conselheiro sênior e sócio operacional da Stratus. “A gente [Stratus] entrou investindo, injetando capital na companhia. A Maestro está se transformando em uma empresa com diferencial de serviço junto.
”O crescimento da Maestro fica evidente nos resultados desde a chegada da pandemia. Diferentemente das locadoras que atuam no varejo e viram a receita despencar durante a crise sanitária devido às restrições de circulação, o mercado corporativo seguiu em atividade. Com contratos de 36 meses a 60 meses dependendo do segmento, a empresa se mostrou resiliente.
“Não tivemos dificuldade financeira no período. A companhia chegou a bater recordes em todas as linhas: Ebitda, lucro líquido, receita recorrente”, afirmou Oliveira, ao destacar que, apesar de a Maestro ainda não ter divulgado os números referentes ao terceiro trimestre de 2022, a empresa continua a mostrar avanço de margem, de lucratividade. Um sinal de que há muitos campos a serem explorados pelo Brasil.
Fonte: istoedinheiro.com.br
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