Oferta limitada: como locadoras driblam as dificuldades do mercado

O setor de locação colocou em prática a palavra inovação durante o último ano.

 

Com a chegada da pandemia, muitas em­presas tiveram de acelerar a digita­lização dos negócios e desmistificar alguns receios dos brasileiros que não tinham o costume de locar um automóvel. Em meio a essas mudan­ças, o segmento enfrentou renovação e manutenção nas frotas e no quadro de colaboradores, além de encarar o fechamento de montadoras.

De acordo com o Anuário Brasi­leiro do Setor de Locação de Veícu­los 2021, divulgado pela Associação Brasileira das Locadoras de Auto­móveis (Abla), o ano de 2020 regis­trou números positivos em relação ao faturamento, chegando a R$ 17,6 bilhões – crescimento de 15,2% se comparado com 2018 (R$15,2 bi­lhões), mas declínio de 19,2% em relação ao resultado em 2019.

De acordo com Paulo Miguel Júnior, presidente da Abla, é justi­ficável tal movimento ainda estar aquecido dentro do nicho. “Existe o turismo regional. Antes da pan­demia, havia um movimento ocor­rendo a partir dos aeroportos, mas esse deslocamento de avião parou de ocorrer e passou para o rodo­viário. As pessoas estão viajando mais de carro do que de avião ou ônibus. Os viajantes procuram um transporte mais individualizado”, declarou.Quando avaliada a linha do tem­po do ano passado, desde o início da pandemia, o presidente da en­tidade relembra como as empre­sas buscaram se adequar a cada um dos momentos. “Tivemos uma baixa movimentação nos primeiros meses de crise, mas as pessoas ain­da precisavam se locomover e não se sentiam à vontade nos meios de transportes. As locadoras se torna­ram uma alternativa acessível”, co­menta.

O estudo mostra, ainda, que o Brasil tem à disposição 1.007.221 veículos, divididos entre as catego­rias: Terceirização (52%), voltada a aluguéis de longa duração para em­presas privadas e públicas; Aluguel Diário (20%), para viagens a lazer, negócios ou substituição de veí­culos próprios; Aplicativos (20%), para motoristas que trabalham com ferramentas de transporte compar­tilhado; e Assinaturas (8%), que diz respeito à locação de longo prazo.

BALANÇO DO ANO

Segundo dados fornecidos pelo Kayak, com exclusividade para o Brasilturis Jornal, a capital paulis­ta lidera o ranking das cidades mais buscadas para locação de veículos. Logo depois, vêm o Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Outras capitais compõem o top 10, com Curitiba (PR) em quarto lugar, seguida por Belo Horizonte (MG); Brasília (DF); Fortaleza (CE); Porto Alegre (RS); Florianópolis (SC) e Salvador (BA).

O ranking é bem semelhante ao de 2019, exceto por Florianópolis (SC) que não aparecia entre os mais procurados para locação e dava lu­gar a Goiânia (GO). O destino cata­rinense vem chamando a atenção dos turistas de maneira crescente durante a pandemia, com a ascen­são do turismo doméstico aliada aos investimentos realizados pela cidade.

Miguel Junior avalia que, nes­te primeiro semestre, o segmento de locação se mostrou ainda bem aquecido e que a taxa de ocupação das locadoras supera o esperado. No entanto, por mais que haja alta demanda, muitas locadoras en­frentam problemas relacionados à frota, visto que o mercado está com problemas ocasionados pela escas­sez de insumos resultante da pan­demia. A previsão é que este percal­ço resulte no cumprimento de 50% da meta de aquisição de 800 mil carros ao longo deste ano.

Novas projeções da entidade que representa as locadoras vão ao encontro das estatísticas da As­sociação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em junho, foram quase 167 mil uni­dades produzidas, o que represen­ta retração de 13,4% em relação ao mês de maio.

locadoras
Paulo Miguel Júnior

“O mercado está aquecido e o varejo está funcionando bem, mas faltam semicondutores. A previsão é que isso só se normalize no segundo semestre de 2022, o que pode pre­judicar o Turismo no final do ano, já que existe o risco de as empresas não terem oferta para atender a to­dos os viajantes”, analisa.

Este cenário ficou ainda mais conturbado após o grande movi­mento de venda de automóveis por parte das locadoras no início da pandemia, conforme pontua o pre­sidente da Abla. Com a paralisação quase total das atividades turísti­cas, após o anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) que elevou a disseminação do novo coronaví­rus ao status de pandemia, muitos clientes devolveram os veículos. As empresas, por sua vez, enfrentaram dificuldades para estacionar esses veículos que retornaram às bases.

“Algumas locadoras chegaram a alugar espaços para guardar parte dos automóveis, mas a venda dos veículos chegou como uma boa op­ção. O que as empresas não conta­vam era com essa dificuldade na produção. Para se ter uma ideia, es­tamos no meio do ano de 2021 e ain­da há pedidos referentes a novem­bro e dezembro do ano passado que não foram entregues ainda”, cita.

Neste primeiro semestre, as lo­cadoras investiram na compra de mais 180 mil veículos, número que Miguel Júnior avalia como baixo. “Estamos com uma frota já envelhe­cida e há veículos que não têm con­dição de rodar. Alguns carros pre­cisam ser trocados e esse número não é necessariamente uma adição. Ao contrário do que deve ocorrer com a indústria hoteleira, pode ser que não haja tanta disponibilidade para locação neste segundo semes­tre. Por isso o recomendado é fazer a reserva o quanto antes”, comenta.

Segundo relatório produzido e divulgado pelo banco Santander, a falta de automóveis vai pesar no crescimento da frota, mas tende a sustentar as margens EBITDA no nicho de seminovos. Isso significa que, apesar dos problemas referen­tes às montadoras, a expectativa é que o setor cresça por meio da di­versificação dos negócios realizada pelas grandes empresas que atuam no mercado brasileiro.

Paulo Henrique Pires, diretor de Vendas da Localiza, ressalta que o desafio relacionado à falta de se­micondutores para a produção de carros é global e vai afetar os clien­tes, mas destaca que a empresa per­manecerá com um diálogo aberto e transparente junto às montadoras. “A Localiza possui 289.193 veículos, na divisão de Aluguel de Carros, para atender às necessidades de mobili­dade de seus clientes em todo Brasil. Temos um planejamento estrutura­do e de longo prazo visando enten­der as dinâmicas que influenciam essa operação, como demandas sa­zonais, períodos e locais específicos da retirada”, detalha.

Pires reforça que o preço de lo­cação é dinâmico e leva em consi­deração diversos fatores, incluindo a disponibilidade de carros na frota. “Independentemente do cenário, orientamos todos os nossos clien­tes a se programarem para férias e feriados prolongados, uma vez que são datas de alta demanda para to­dos os negócios que se relacionam com o setor de turismo”, aconselha.

MODELO DE ASSINATURA

Miguel Junior destaca como o setor investe constantemente em tecnologia e inovação, buscando driblar a crise. Em meio a este cená­rio, houve o desenvolvimento acen­tuado do modelo conhecido como aluguel por assinatura. De acordo com dados fornecidos pela Abla, 80 mil veículos já estão destinados a este perfil de negócios e a previ­são é que essa participação dobre no médio prazo. “Muitas pessoas venderam seus carros ou já enten­deram que pagar pelo uso é mais inteligente do que pela posse. Isso aumentou a demanda das locado­ras”, conta.

O executivo contou que, para o mercado entenda se este movi­mento é vantajoso ou não, basta ele analisar quanto o cliente vai ro­dar, quanto seu carro deprecia ano a ano e qual é o custo com manu­tenção, seguro, documentação e emplacamento. “Pela assinatura, você não tem essa dor de cabeça. O motorista vai à unidade e escolhe o veículo com todos os acessórios. No final, ele devolve e nem precisa se preocupar com venda. É uma jorna­da muito mais tranquila, resolven­do questões burocráticas e econô­micas”, defende.

O amplo portfólio da empresa é outro benefício destacado pelo presidente da Abla. “A locação de veículo te dá a oportunidade de es­colher o automóvel que melhor se adéqua ao seu perfil. Não precisa usar o mesmo carro o tempo todo. Dependendo do evento ou da via­gem, o cliente pode escolher luxo ou econômico. Há essa variedade”, complementa.

No entanto, assim como o receio com a cultura do aluguel, os brasi­leiros ainda dão prioridade à posse dos bens. Esta é a visão de Elizabeth Wada, coordenadora de pós-gradua­ção Stricto Sensu em Hospitalidade da Universidade Anhembi Morumbi, que avalia como o desenvolvimento da economia brasileira, em conjunto com a ascensão da nova classe mé­dia, no começo do milênio, destacou a essa cultura do “ter”.

“Houve um reforço de diversas imagens e conotações. A primeira coisa que a pessoa quer ter é um carro para parar de andar de ônibus e também quer viajar de avião. Tudo foi proporcionado no momento em que isso se deu. O turismo rodoviá­rio entrou em um contexto de ativi­dades desprezadas e a comunicação de massa acabou prestigiando isso. Hoje, ainda há resíduos desse com­portamento. Não é algo especifica­mente contra esse mercado, mas com o ‘viajar de ônibus’”, analisa.

O presidente da Abla concorda com a coordenadora e avalia que este posicionamento do “vou ter, vou personalizar, é meu” tende a cair nos próximos anos. A posse está arraigada no seio brasileiro e a partir do momento que deixar de ser um status, a parte mais colabo­rativa e do compartilhamento cres­ce”, estima.

Elizabeth complementa que este é um movimento notável entre indivíduos da geração millennial e Miguel Junior sente que a projeção é o alavancamento contínuo com essa visão menos ligada à posse. “Hoje, as pessoas olham para o par­ticipativo e a locação de carros vem nesse sentido. Você não precisa ter um carro, mas ter um automóvel à disposição. É isso o que as locado­ras oferecem: portfólio variável que atende a todos os gostos e bolsos”, diz o executivo.

CARTÃO DE MOBILIDADE

Oskar Kedor, CEO da Mobilty

No mercado internacional, al­gumas empresas precisaram se reinventar e não deixar que a crise mundial – tanto da pandemia de co­vid-19 quanto relacionada aos pro­blemas com as montadoras – afe­tasse drasticamente a operação e o faturamento. A Mobility, por exem­plo, utilizou seu know how para di­recionar as ofertas de produtos ao mercado nacional.

“Não acreditávamos que a re­tomada do setor levaria 16 meses, mas que ela seria gradual. Assim que entendemos o cenário pan­dêmico, fizemos cortes na mão de obra e focamos na sobrevivência do caixa, por isso, passamos a ver o mercado do Brasil sob uma óti­ca diferente. Sentimos a demanda crescer para viagens de até 300 qui­lômetros, bem como o interesse em locações por assinatura”, declara Oskar Kedor, CEO da Mobility.

A empresa, que possui parceria com cerca de 30 locadoras dentro e fora do Brasil, oferece mais de 500 veículos locados neste formato. Diante do potencial de desenvol­vimento do nicho, Kedor chama a atenção para a seguradora Porto Seguro e para a Caoa, já que ambas estão investindo no mercado de lo­cações. “A Porto Seguros já conta com 10 mil carros para aluguel, ofe­recendo conforto e facilidade. Eles retiram o veículo e devolvem na casa do cliente sempre que for pre­ciso realizar manutenção. É impor­tante ressaltar que estamos falando da quarta maior locadora do País”, evidencia.

A respeito das mudanças tecno­lógicas desenvolvidas por conta da pandemia, o CEO da Mobility com­plementa que as locadoras estão se especializando em digitalizar os processos, mas ainda não pensam de forma digital e não olham para o longo prazo. “O ideal seria termos um cartão de mobilidade, com pa­gamento mensal que se adequasse a realidade de cada usuário. Por exemplo, com facilidade para o Uber, 99, Cabify, patinetes elétricos e outros dispositivos de mobilidade durante a semana, além de um ban­co de créditos para uso nos fins de semana. Isso é algo que ainda não existe no mercado, mas que está se desenhando, visando o mínimo de fricção possível na experiência do usuário”, aponta.

Um dos grandes destaques da Mobility é a aposta no setor de hospitalidade. “Temos um grande número de agentes de viagens que confiam em nós e estamos receben­do um retorno bem positivo, ofere­cendo tanto a locação de veículos quanto reservas hoteleiras. Nossa matéria-prima é a mobilidade e eu tenho certeza que este mercado vai crescer muito”, declara.

Além disso, a empresa firmou uma parceria com o Turismo da Suí­ça, oferecendo descontos de 10% nas tarifas para o destino até o dia 31 de agosto deste ano. A união visa desmistificar o conceito de que o Turismo no país europeu é caro, em um momento que ele figura pela primeira vez entre os três principais destinos buscados por brasileiros, ficando apenas atrás dos Estados Unidos e do México. O crescimento deve-se à recente abertura da Suíça para viajantes vacinados.

“Os Estados Unidos vencem a disputa com grande vantagem, agora, principalmente para estadas mais longas em destinos na Flórida, Califórnia e na região da Nova In­glaterra. Com as tarifas mais altas por conta da escassez de veículos, a dica é garimpar. Na Suíça, a procura é tamanha que em breve faltará car­ro. Além dos 10% de desconto, esta­mos oferecendo parcelamento em até dez vezes sem juros”, salienta.

Outra locadora com expertise internacional – e que anseia pela reabertura das fronteiras – é a ale­mã Sixt Rent a Car. A empresa, que trabalha prioritariamente com os Estados Unidos, comemora o fato de ter mantido as operações du­rante todos esses meses, sempre com bom faturamento. De acordo com Jaqueline Chaves, gerente de Vendas no Brasil, a rede permane­ceu em um bom patamar e firme, apesar da correria e das medidas drásticas que foram necessárias, incluindo redução na operação, no trabalho nas lojas, na frota e na mão de obra.

“Compramos a Advantage Rent a Car em cima da hora, em 2020, e acreditamos que a expansão será forte quando as fronteiras reabri­rem. O mercado doméstico norte -americano já está muito aquecido, porque, assim como no Brasil, hou­ve o aumento do turismo domésti­co e a locação acompanha este mo­vimento. O crescimento já ocorre”, comenta a executiva.

Os problemas referentes ao im­pacto da falta de peças e insumos para a entrega de novos veículos também afetam a empresa alemã e, segundo a executiva, o impacto será direcionado ao cliente final. “O mercado é regulável e, neste mo­mento, isso se dará no preço. Have­rá bastante dificuldade em encon­trar veículos, então a locação vai encarecer. Não tem outra solução. Não tem como diminuir a oferta de voos ou hospedagem e as locado­ras terão que se adaptar a esta de­manda”, analisa.

Em relação às inovações imple­mentadas, a Sixt já estava à frente e contava com ferramentas e recur­sos que auxiliaram no cenário pan­dêmico. Uma dessas facilidades é o aluguel de carro sem contato com atendente, serviço oferecido pela empresa há mais de cinco anos. “Você busca seu carro e dirige. Isso cresceu muito, principalmente por­que os meios convencionais cau­sam receio”, defende.

O aluguel por assinatura tam­bém já fazia parte do portfólio da Sixt cerca de dois anos antes do iní­cio da pandemia. Intitulado “Mobi­lity is a Service”, o serviço permite ao motorista trocar de carro à von­tade. “As pessoas não tinham car­ro e precisavam se locomover. Na pandemia, isso virou sinônimo de economia. Então, focamos em cam­panhas, adequações de produto e flexibilidade. A empresa conseguiu se fortalecer e se transformar”, de­talha a profissional, que aponta que 80% dos carros disponíveis migra­ram para o modelo por assinatura.

Após a aposentadoria de Erich Sixt, ex-CEO do grupo – e a chegada de Alexander Sixt e Konstantin Sixt, seus filhos à gestão da empresa -, muitas coisas mudaram interna­mente na empresa, conforme afir­ma Jaqueline. “É o mesmo logo, a mesma comunicação e o mesmo organismo, mas funciona diferen­te, de um modo mais ágil em tomar decisões e em reagir. Inovações tec­nológicas já eram parte do DNA da Sixt, o mundo já caminhava para isso”, observa.

Atualmente, a Sixt desenvolve um novo site para os agentes de viagens. O portal estava previsto para estrear no primeiro semestre de 2020, mas teve seu lançamento interrompido pela pandemia. “Nesta nova plataforma, o agen­te poderá emitir e editar suas re­servas, efetuar o pagamento em moeda local, visualizar comissões, gerenciar sua produtividade, entre outras funcionalidades. Tudo isso em uma ferramenta moderna, de fácil acesso, em português e com versão mobile, o que facilita ainda mais a venda para o agente, uma vez que ele conseguirá trabalhar sem precisar de auxílio externo, de maneira rápida, segura e eficaz. Nossa expectativa é que o número de vendas cresça e que a Sixt não seja só mais uma opção, mas a prin­cipal escolha do cliente e do agente de viagens”, estima Jaqueline.

INOVAÇÕES BRASILEIRAS

Assim como o turismo como um todo, o segmento está crescendo de forma gradual. Esta é a visão de Pi­res, da Localiza. O executivo afirma que este movimento é notado desde o final do ano passado, com as pes­soas priorizando as viagens de carro como principal alternativa de mobi­lidade, segundo ele. “O turismo do­méstico veio para ficar. O brasileiro está percebendo cada vez mais o potencial turístico do País e os seus milhares de destinos que ainda são pouco explorados. E o avanço da vacinação tem deixado o turista ain­da mais seguro para viajar. Estamos otimistas com a retomada no Brasil”, complementa.

Jamyl Jarrus, diretor executi­vo, comercial e de Marketing da Movida, concorda com esta visão e completa: “As pessoas voltaram a atenção às locações de carros por conta da redução de malha aérea ou medo de transporte coletivo. Produtos como os carros por assi­natura, modelo no qual a Movida é precursora no Brasil, por exemplo, ficaram muito fortalecidos”.

Paulo Chequetti, diretor Comercial da Unidas

Outra grande empresa que sente esse movimento, sobretudo motiva­do pelas viagens de curta distância, é a Unidas. De acordo com Paulo Chequetti, diretor comercial de Rent a Car, as locadoras se tornaram uma ótima opção para garantir o confor­to e a segurança. “Sabemos que os viajantes possuem demandas espe­cíficas e oferecemos soluções per­sonalizadas a esses consumidores”, declara.

Quando o assunto é inovação, a Localiza conta com um setor especí­fico: o Localiza Labs. Trata-se de um laboratório de informações e dados que acelerou soluções de mobilidade para qualificar ainda mais a experiên­cia dos clientes. “Durante a pandemia, lançamos o Localiza Meoo, carro por assinatura com uma jornada 100% digital; ampliamos o Localiza Pass, so­lução de abertura automática de can­celas, para todo Brasil; e aumentamos de 14 para 45 o número de agências com o Localiza Fast, tecnologia de jor­nada on-line da reserva à retirada do carro, que pode ser aberto com um clique no celular”, relembra.

Uma das novidades mais recen­tes da rede é o Localiza Zarp, ban­deira dedicada exclusivamente aos motoristas de aplicativo. “Os usuá­rios contam com uma experiência inteiramente digital e atendimento customizado, além de agências e recursos dedicados a esse público”, conta o diretor de Vendas. Sobre o programa de assinatura, Pires refor­ça o detrimento da posse, que justi­fica a expansão deste modal.

“O carro por assinatura, conecta­do e que permite gestão inteiramen­te online, possibilita que o cliente tenha um veículo zero quilômetro e participe de um clube exclusivo de benefícios. Isso tudo sem ter a dor de cabeça da posse de um carro, como compra, venda, depreciação, seguro, manutenção entre outros. Estamos com uma carteira robusta de clientes e acreditamos que essa é uma tendência crescente mundial, não só entre os brasileiros”, explica.

Esse modelo de negócios já fazia parte do portfólio da Unidas desde fevereiro de 2019, quando a empre­sa lançou o Unidas Mensal Mais. De acordo com Carlos Sarquis, diretor de Rent a Car da empresa, este já era um produto visado para o brasi­leiro antes da pandemia. “Com este produto, o cliente passa a ter um carro disponível em cada canto do País e a todo momento. É um servi­ço prático, econômico e sem buro­cracia”, explica.

Jamyl Jarrus, diretor executivo de Rent a Car da Movida

O serviço também teve cresci­mento significativo na Movida, con­forme destaca Jarrus. “Os nossos serviços Mensal Flex Movida e o Zero Quilômetro têm crescido de forma consistente durante a pandemia”, conta o profissional, que observa, ainda, o movimento de locação no segmento corporativo. “Temos per­cebido que as empresas têm ofer­tado veículos de locação aos seus funcionários para fazer pontes entre Rio-São Paulo ou São Paulo-Curitiba, por exemplo, aumentando o nosso tempo médio de locação”, afirma.

A Movida também implemen­tou, durante 2020, o Web Check-in, ferramenta que reduz a permanên­cia do usuário na loja da locadora de 15 para 5 minutos, já que adianta todos os processos para reserva do veículo online. Em relação ao chec­k out, os tablets utilizados antes da crise biossanitária, se tornaram ain­da mais relevantes. “Ao chegar na loja, o cliente já tem o número da placa do veículo, reduzindo o perío­do de permanência e, consequente­mente, o contato. Já tínhamos um protocolo rígido de limpeza e, no momento da entrega, passamos a realizar uma esterilização dos car­ros nos principais pontos de conta­to, além de deixarmos álcool em gel para que os usuários fiquem mais seguros”, reforça.

Assim como a Localiza, a Unidas também lançou uma solução para livrar os motoristas das longas filas de pedágios e dos estacionamen­tos: o Unidas Pass. A tecnologia, resultado de uma parceria com a Veloe, permite o pagamento au­tomático e está disponível para os clientes de aluguel de carros em todas as unidades da rede em nível nacional. O Unidas Pass está dispo­nível na modalidade sob demanda, com cobranças mediante o uso. Para usufruir da facilidade, o clien­te só precisa certificar que o veículo alugado dispõe do Unidas Pass. “O motorista não precisa se preocupar com cadastros e outras burocra­cias, basta ativar o serviço e come­çar a usar”, destaca Sarquis.

O futuro das inovações por par­te dessas empresas deve acompa­nhar o cenário, que ainda enfrenta algumas instabilidades por conta da pandemia. O Localiza Labs, por exemplo, tem sua equipe dedicada a pensar e criar soluções de mo­bilidade diariamente. “Teremos sempre novidades para comparti­lhar com os leitores do Brasilturis Jornal”, comenta Pires.

SUSTENTABILIDADE

A preocupação com o meio am­biente faz parte do DNA da Unidas, que se comprometeu a neutralizar as suas emissões de carbono até 2028. Com o lançamento do programa Car­bono Neutro, a empresa visa investir em incentivos para o uso de veículos elétricos e dar preferência ao uso de etanol em detrimento da gasolina.

Em março deste ano, a Localiza entrou para a história como a pri­meira brasileira do segmento a re­portar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no GHG Protocol, compensando 100% das emissões de carbono referentes a 2019 – cer­ca de 19.540 toneladas de CO2 equi­valente. Dentro de sua estratégia de ESG, a Localiza assumiu o compro­misso de protocolar suas emissões no GHG Protocol anualmente.

A neutralização se refere às emissões relacionadas à movimen­tação de frota corporativa, ar con­dicionado, energia elétrica, trans­porte de carros entre montadoras, agências e lojas, entre outros. Essa iniciativa acompanha a evolução da Localiza no cumprimento do Pacto Global da ONU, do qual a compa­nhia é signatária desde 2017.

Além de neutralizar suas emis­sões, a Localiza contribui ainda para a diminuição das emissões de GEE de sua operação ao abastecer toda sua frota com etanol, ado­tar energia solar em parte de suas agências e lojas e substituir equipa­mentos de alto consumo de energia por outros mais econômicos.

A Movida acredita que mobili­dade é uma pauta essencial na cria­ção de uma sociedade integrada e justa. Sob este aspecto, entre as metas da empresa no curto, médio e longo prazo estão a manutenção de uma frota jovem, com menor emissão de gases de efeito estufa e mais segurança no trânsito, e o alu­guel de carro como uma alternati­va, impulsionando uma mudança cultural do uso em detrimento da posse. A empresa também se com­prometeu a ser carbono zero até 2030 e carbono positivo em 2040, direcionando suas atividades para as frentes de mitigação, neutraliza­ção e adaptação.

Nesse sentido, a empresa segue investindo em veículos elétricos e na democratização do acesso a essa tecnologia, ainda pouco difundida no País. “Temos 70 unidades de car­ros elétricos entre o Rio de Janeiro e São Paulo, porque são as cidades com melhor infraestrutura, mas se­guimos levantando essa bandeira da sustentabilidade e queremos ampliar a oferta para outras locali­dades”, pontua Jarrus.

O setor de locação colocou em prática a palavra inovação durante o último ano.

 

Fonte: brasilturis.com.br

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