Seis em cada dez brasileiros querem vender carro próprio para investir na bolsa de valores ou comprar imóveis
Segundo levantamento da startup de aluguel de carros, 25% das pessoas entrevistadas dizem ainda que pensam em abrir mão do veículo próprio
O brasileiro ama dirigir e falar sobre carro, mas não necessariamente ter um. É o que aponta a pesquisa da Turbi, startup de aluguel de carro por aplicativo. Se deparar com as faturas de IPVA, seguro e manutenção do automóvel parece fazer o brasileiro repensar os seus desejos sobre a posse de um carro.
Entre as pessoas que declararam ter carro, 25% manifestaram o desejo de vender o automóvel e permanecer sem veículo próprio. Entre os principais motivos que impulsionam essa decisão estão as altas despesas geradas pelo veículo (opinião de 42% dos entrevistados) e o pouco uso do bem (percepção de 21% das pessoas).
“Ou seja, está cada vez mais claro que não vale a pena paralisar recursos em um bem que pode ser utilizado como serviço”, diz Diego Lira, presidente da Turbi.
Mas ter o dinheiro na mão para fazer outras coisas ao invés de imobilizá-lo em um veículo que desvaloriza com o tempo também é um dos atrativos para quem pensa em ficar sem as quatro rodas.
Entre as pessoas que desejam vender o carro, 64% têm planos de aplicar o valor da venda do automóvel na bolsa de valores, enquanto 22% planejam comprar imóveis. “É possível transformar um artigo que, no momento, está gerando apenas custo para transformá-lo em um patrimônio real”, explica Lira.
Com mais opções de transporte disponíveis, como os aplicativos Uber, 99 e Buser, e empresas de aluguel por temporada, como locadoras de veículo (Localiza, Movida, Unidas) e a própria Turbi, ter um carro não é mais um item necessário para deslocamento dentro e fora das cidades.
É claro que é muito mais viável se virar sem um veículo próprio em grandes cidades. A própria pesquisa da Turbi, que ouviu mais de 6 mil pessoas, foi feita com moradores da Grande São Paulo, onde a oferta de alternativas é bem mais completa.
A pandemia também reforçou isso com mais problemas trabalhando de casa.
“Com os movimentos gerados pela pandemia, como home office, trabalho híbrido, lockdown e distanciamento social, outra questão começou a incomodar muitos proprietários de veículos: a desproporcional relação custo-benefício. Notamos junto aos nossos clientes que a ociosidade do carro próprio parado na garagem é custosa e que as pessoas cada vez mais veem o carro como um serviço, para se deslocar livremente e de forma segura, sem o custo fixo”, explica o executivo.
Fundada em 2017, a Turbi é uma startup que aluga carros pelo aplicativo e com foco em mobilidade urbana. Possui uma frota de 2 mil veículos espalhados em diversos pontos da Grande São Paulo, e média de 1,5 mil viagens por dia.
Fonte: Valor Investe