Reforma tributária beneficia setores de alto crescimento

A corretora indica que a reforma tributária beneficia setores de alto crescimento. Também indica que o impacto da redução da alíquota e do fim do JCP é positivo para as locadoras de veículos e estima um aumento de 8% em média no lucro das companhias.

 

As mudanças no projeto de reforma tributária aprovadas ontem pelo Congresso, teriam impacto positivo para setores de alto crescimento e que não tem o pagamento de dividendos, com JBS, BB Seguridade e companhias de comércio eletrônico.

Já os bancos, especialmente, Banco do Brasil, e setores de capital intensivo se prejudicam. Telecom, tendem a ter seus retornos afetados, com Tim e Vivo entre as mais prejudicadas. Aponta a Genial Investimentos, em relatório sobre os impactos da reforma em setores de sua cobertura.

Às 12h32 (horário de Brasília) as ações, as ações de todas as empresas caíam, sendo a menor queda, de 0,23%, da Taesa (TAEE11) a mais 3%, no
setor de e-commerce (a Via caía 3,01%. Magazine Luiza 1,44% , Americanas e B2W,2,11% e 2,29%).

VOTAÇÃO DO SENADO

O novo texto, que agora segue para o senado para votação, altera a alíquota de imposto de renda de 25% para 18%. A alíquota total deve ficar em 27% considerando CSLL. E estabelece um imposto de 20% sobre o pagamento de dividendos e o fim do benefício fiscal dos juros sobre capital próprio (JCP). Como era esperado pelo mercado. Mas que existe a possibilidade de tal alíquota cair para 15% na apreciação dos vetos, de acordo com estimativas.

“O projeto ainda está sob discussão e a versão definitiva ainda deve ser apresentada. Entretanto, considerando a receptividade da proposta atual, somos céticos quanto a eventuais retrocessos que existiam na proposta anterior”, comenta o analista de finanças da Genial Investimentos, Eduardo Nishio, autor da análise.

Em energia e saneamento, a Genial estima que o fluxo de dividendo ao acionista deve cair em aproximadamente 1 a 1,5% no longo prazo ao longo em empresas como a Taesa, Engie e Sabesp, à medida que a redução nas alíquotas não deve compensar a perda do JCP e a tributação dos dividendo em 20%.

SETORES MAIS BENEFICIADOS

O novo texto beneficia setores de alto crescimento. E que não tem o pagamento de dividendos como parte da sua tese, como varejo e tecnologia. Além de uma menor alíquota, devem ter suas receitas impulsionadas por uma maior disponibilidade de renda. Dado que o tributo a pessoas físicas deve cair também, avalia.

“A nova proposta beneficia muito o setor de varejo, porque com a redução de 12,5 pp do IRPJ, as margens se expandem e as empresas possuem mais recursos para reinvestir. As varejistas de e-commerce são as mais beneficiadas, com um aumento sobre o lucro de até 12%”, comenta.

Em alimentos, a JBS seria a maior beneficiária da redução do IRPJ. Com aumento de 9,9% em seu lucro em 2023, em relação ao que seria sem a reforma, aponta o analista.

A corretora também indica que o impacto da redução da alíquota e do fim do JCP é positivo para as locadoras de veículos. E estima um aumento de 8% em média no lucro das companhias.

BANCOS

Para os bancos, a nova proposta de redução de 10% para a alíquota de IR, o término do JCP seria mais que compensado. E, caso fosse implementada em 2021, haveria um impacto no lucro dos bancos privados entre 4 e 6% positivamente. A variações seriam de 4,1% para o Bradesco, 4,3% para o Santander e 5,6% para o Itaú.

Outro ponto citado é que a tributação de 20% sobre os dividendos é quase a mesma alíquota que os 15% de imposto atual sobre o JCP. Gerando um impacto quase nulo aos acionistas no final das contas. Já que grande parte dos dividendos eram em forma de JCP.

“O Banco do Brasil continuaria perdendo com a reforma, tendo em vista o seu valor patrimonial elevado que possibilita um grande pagamento de JCP. E por
consequência, um benefício fiscal maior. Por outro lado, a queda no lucro seria de 8,2%. Consideravelmente menor do que estimávamos para a primeira
posposta.”

A BB Seguridade, por sua vez, foi a mais beneficiada, tendo em vista que paga pouco JCP, diz o relatório.

SETORES PREJUDICADOS

Já setores que são de capital intensivo, em geral, se prejudicam. A análise destaca que o setor de telecom tende a ter seus retornos afetados, em leitura preliminar.

Em telecom, a análise aponta que apesar do impacto no lucro líquido ter sido reduzido com a redução do imposto. Passou de 5% para 10%, ainda continua negativo. Usando as estimativas para o ano de 2021, a Genial estima um impacto negativo de -8,4% no lucro líquido de Tim e Vivo. Um pouco menor que a anterior, de cerca de -14,5% no lucro líquido das empresas. Com uma redução de apenas 5% no IR da primeira proposta.

Reforma tributária beneficia setores de alto crescimento

Fonte: monitordomercado.com.br

Cynara Escobar / Agência CMA

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