Bahia: Mercado de aluguel de carros desafia crise
De Tribuna da Bahia
Pagar só pelo uso do carro, não se preocupar com licenciamento, seguro ou sinistro, além dos preços competitivos. Por conta disso, mesmo em cenário de crise, é que o mercado de locação de veículos vem crescendo em todo o país. De acordo com a associação nacional que representa o segmento, a ABLA, o faturamento das empresas ultrapassou os R$ 16 bilhões em 2015. Nos últimos dois anos, o crescimento foi de quase 5%.
A Bahia também vem acompanhando o bom ritmo que vem sendo registrado em todo o país. Atualmente, o estado que representa cerca de 4% do mercado nacional, teve um faturamento de R$ 495 milhões no ano passado e gerou cerca de 16.500 empregos diretos e indiretos. Segundo a associação, existem 261 empresas que trabalham no setor aqui na Bahia e quase 24 mil carros fazem parte da chamada frota circulante.
“Mesmo com o atual cenário, conseguimos nos manter estáveis dentro dos parâmetros. A gente já vem mantendo as ações que estávamos realizando anteriormente. Percebemos que o aluguel está cada vez mais fácil e vem se tornando um bom negócio para o público e as empresas”, disse o conselheiro da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, Marconi Dutra.
Segundo ele, as empresas é quem respondem pela maior fatia no aluguel de automóveis (56%). Já 23% das locações correspondem ao turismo de lazer e o restante (21%) está voltado para o turismo de negócios que, segundo Dutra, foi o que sofreu queda em 2015. “O fechamento do Centro de Convenções acabou prejudicando, já que não tivemos grandes eventos realizados em Salvador”, afirmou.
Para a associação, do total da frota circulante em todo o estado da Bahia, cerca de 15 mil carros são alugados, em média, por mês. Dentre os mais procurados, exatamente a metade (50%), são os carros considerados 1.0, seguido pelos carros compactos de maior potência, com motores até 1.8 (23%). O restante está dividido entre utilitários, vans, carros de luxo e os modelos Premium.
A maioria desses clientes está na faixa etária entre 25 e 45 anos. “Cerca de dois terços desse grupo é composto por homens. Mas estamos percebendo que as mulheres vêm tendo mais participação, já que muitas delas estão ocupando espaços, principalmente na chefia de família”, contou Marconi Dutra.
Contudo, apesar dos números, a crise acabou provocando um aumento na idade média da frota das empresas do setor: 19,5 meses em 2015 contra 18 meses há dois anos. “Muita gente também está recorrendo aos empréstimos ou compartilhamentos de carro justamente como forma de redução de gastos”, pontuou Dutra.
Segundo o conselheiro da ABLA, o grande desafio das locadoras é, atualmente, ter mais criatividade. “É preciso que o setor invista mais – o que já vem fazendo – em capacitação de pessoas em vendas, na parte de marketing e operação. Precisamos nos reinventar e isso ficará mais fácil se a tecnologia fizer parte da atividade”, destacou.
Dentre as vantagens de se alugar um carro estão, para Marconi, o pagamento apenas pelos dias que usar, a não preocupação com licenciamentos, seguro e sinistro – isso fica por conta da empresa –, além dos preços mais competitivos que, com a crise, tendem a ficar mais acessíveis aos clientes. “Quanto mais tempo a pessoa for ficar com um carro, mais descontos ela vai ter”, afirmou.
Um exemplo é a diária de um carro 1.0, com ar condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos e travas cuja diária custa, em média, R$ 95. Já um carro com as mesmas características, mas 1.6, pode ter uma diária de R$ 115. Se o aluguel for feito por um mês os preços chegam a R$ 1.650 e R$ 2.000, respectivamente. Uma das exigências impostas na devolução do carro por parte das empresas é o tanque de combustível cheio, já que o veículo é entregue nesta condição.
ENCONTRO
Na última quarta-feira, dia 30, A ABLA realizou em Salvador (BA) um encontro para a divulgação dos números apurados pelo Censo do Setor de Aluguel de Automóveis, referente ao balanço econômico e financeiro do setor no ano de 2015 de todo o país. O evento aconteceu no Hotel Golden Tulip, no Rio Vermelho.
Fonte: ABLA