Pressão faz governo manter IPI menor para carros
O governo decidiu atender o pleito das montadoras e vai elevar, gradualmente, em 2014, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado em automóveis. Coincidentemente, no mesmo dia em que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou a queda de 8% na produção de carros em novembro ante o mesmo mês do ano passado, e de 10,7% quando comparado a outubro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o tributo vai ser revisto em janeiro do próximo ano, mas sua recomposição não será total. O IPI está em 2% e a alíquota normal chega a 7%. “Teremos que rever em janeiro o IPI dos automóveis, mas a recomposição do imposto certamente não será total”, afirmou.
Não será a primeira vez que o governo postergará a recomposição do IPI. O calendário de vigência do tributo definido pela Fazenda estabelecia que as alíquotas subiram, gradativamente, a partir de abril deste ano. No caso dos carros flex e a gasolina com motor de 1.000 cilindradas, o imposto deveria passar de 2% para 3,5%, mas o governo acabou recuando. O IPI ficou no nível mais baixo para estimular a produção e as vendas. Nos últimos meses, porém, a equipe econômica começou a sinalizar que não prolongaria mais os benefícios fiscais, devido às dificuldades para fechar as contas. A pressão da indústria automobilística, no entanto, acabou surtindo efeito.
A perspectiva entre o empresariado é de que o IPI sobre carros populares passe, agora, para 3,5%, nível que deverá ser mantido pelo menos até março. Com esse patamar, tanto a Anfavea quanto o governo acreditam que as fábricas poderão continuar operando em um patamar adequado, ajudando a movimentar a economia, sem demitir funcionários. O novo cronograma do IPI deve ser anunciado nos próximos dias, para dar previsibilidade às empresas e aos consumidores.
Fonte: ABLA