Stellantis tem 7 dos 10 carros mais vendidos em junho, GM cai ao 7º lugar
A falta de semicondutores provocou em junho a paralisação quase completa de dois dos três maiores fabricantes de veículos do País (caso de General Motors e Volkswagen), o que causou uma revolução no ranking de marcas e modelos. Com as vendas andando de lado no mês, o Grupo Stellantis, que não precisou parar suas fábricas, colocou nada menos que sete carros na lista dos 10 mais vendidos do País, sendo dois Jeep e cinco Fiat. Na mão contrária, a GM, que liderou o mercado brasileiro de 2016 a 2020, foi a que mais perdeu posições no mês, descendo ao sétimo lugar. Os números foram apurados pela Autoinforme.
Em junho, a cada quatro carros vendidos, um foi Fiat – e a maioria, 65%, por meio de venda direta, principalmente a locadoras. A marca ampliou ainda mais seu domínio de mercado no mês, com participação 26,2%, crescimento impressionante de 12,5 pontos porcentuais em relação ao mesmo mês de 2020 e 3,1 pontos a mais do que o registrado em maio. Foram 44,4 mil veículos emplacados, com a picape Strada na liderança e o hatch Argo logo atrás, em segundo lugar. A lista dos 10 veículos mais vendidos ainda contou com o subcompacto Mobi na quarta colocação, a picape Toro na oitava e o sedã pequeno Cronos em décimo (veja mais abaixo o ranking completo de marcas e modelos mais vendidos em junho).
Com todas as três fábricas no País paralisadas por falta de componentes em boa parte do mês, a Volkswagen ainda conseguiu se segurar na vice-liderança do mercado brasileiro em junho, com 22,7 mil emplacamentos, metade do volume da Fiat. Com isso, obteve participação de 13,6%, seu modelo mais bem vendido no mês foi novamente o velho Gol, que ficou na 11ª posição.
A Hyundai soube aproveitar o espaço deixado pela GM e subiu à terceira posição do ranking em junho, com 16,8 mil emplacamentos e 9,9% de participação de mercado. O hatch HB20, que já vinha ganhando posições este ano, foi o terceiro veículos mais vendido do mês e é o segundo no acumulado do primeiro semestre de 2021. O SUV compacto Creta, prestes a passar por renovação, ficou em nono lugar. A disponibilidade de estoque nas concessionárias fez diferença, já que a Hyundai também enfrenta falta de semicondutores e no mês passado interrompeu por 10 dias dois dos três turnos de operação da fábrica de Piracicaba (SP), período que precisou ser estendido por mais 10 dias no começo de julho.
Outro bom desempenho foi o da Toyota, que não precisou parar suas fábricas no País até agora e terminou junho como quarta marca de veículo mais vendida do mercado, com 16,5 mil unidade emplacadas e participação de 9,7%, a maior em anos. O SUV médio Corolla Cross, lançado no fim de março passado, lidera as vendas da Toyota, figurando como 12º veículo mais vendido no mês passado, seguido pela picape Hilux em 13º. A própria fabricante afirma que poderia vender 60% mais unidades do seu novo SUV se não fosse a limitação da produção imposta pela falta de semicondutores.
Com a fábrica de Goiana (PE) trabalhando em três turnos, a Jeep conquistou em junho sua maior participação histórica no mercado brasileiro, 8%, dois pontos porcentuais a mais em comparação com um ano atrás. Foram 13,6 mil emplacamentos, divididos entre Renegade, o quinto carro mais vendido do mês, e Compass, o sétimo.
A sexta posição do Kwid em junho também garantiu à Renault a sexta colocação no ranking mensal de marcas mais vendidas. O modelo subcompacto representou quase metade dos 13 mil emplacamentos de veículos Renault no mês.
Com duas de suas três fábricas de veículos paradas, justamente as que fazem seus modelos mais vendidos – principalmente Gravataí (RS) que fabrica a linha Onix e está parada desde março e deverá continuar assim até o meio de agosto –, a GM entrou em queda livre, emplacou apenas 11,6 mil unidades em junho e apurou sua pior participação de mercado no País, 6,9%, deixando a Chevrolet na sétima posição entre as marcas mais vendidas do mês.
Honda, Nissan e Caoa Chery fecham a lista das 10 marcas de veículos mais vendidas em junho, continuaram nas mesmas posições que ocupavam em maio.
Destaque para Peugeot e Citroën, as outras duas marcas do Grupo Stellantis no Brasil, que em junho ficaram respectivamente na 11ª e 12ª posições do ranking e juntas asseguraram participação de 3,3% (1,8% + 1,5%) das vendas totais do mês, porcentual que não se via há tempos para as duas francesas. No fim de 2020 as duas somadas tinham menos de 2% de market share no Brasil, contra 5% há 10 anos, posição que buscam recuperar agora como parte da Stellantis.
Fonte: Automotive Business