A morte dos elétricos no Brasil?

Entenda polêmica do aumento de imposto que ANFAVEA quer.

Por: Thiago Emanoel Neuhaus

 

O setor automobilístico é um dos grandes pilares da economia que movimentam e giram os recursos monetários do Brasil, e mesmo depois de tanta turbulência de mercado, a ANFAVEA agora propõe ao governo um aumento de taxa de importação, sendo que essa era zerada até então aqui no Brasil.

Atualmente o imposto sobre os veículos automotores elétricos importados, está zerado, sim, isso mesmo, 0,00% de imposto na importação de carros 100% elétricos importados, e de 4% para modelos híbridos. Porém, a ANFAVEA, visa propor ao Governo Federal, nos próximos dias, um acréscimo gradual de ambos, chegando assim aos 35% de imposto cobrado em até 5 anos.

Além disso, irá ter um bônus extra para quem exceder o número/cota de 2 a 3 mil carros anuais, também isentos, em razão do volume de fabricação da empresa. E também terá um benefício para quem operar com modelos importados nos regimes SKD que são os semidesmontados e os modelo importados em CKD que são completamente desmontados.

Vale destacar também o problema da barreira Alfandegária, pois com as entregas em médio e longo prazo, e preço aumentado para o setor elétrico, os carros a combustão se tornaram mais atraentes, já que até mesmo os híbridos de baixa tecnologia não estarão presentes no mercado nem mesmo a médio prazo, sempre estando no pior cenário de entrega.

Regresso no sistema brasileiro

O Brasil volta a caminhar contra o progresso, presenciando a morte dos elétricos. Enquanto que em outros países são oferecidos subsídios fiscais e outros incentivos fiscais para a produção de elétricos. Como nos EUA, onde são oferecidos US$ 2.000,00, a US$ 5.000,00, por veículo produzido. O Brasil vai de ré oferecendo um aumento exacerbado de impostos para os modelos elétricos e híbridos, aumentando os problemas de gestão das montadoras, deixando o mercado menos atrativo para o Marketplace global e também gerando mais paradigmas e objeções no sistema de importação.

As fábricas comentam haver uma distorção enorme nesse tipo de estímulo para os elétricos, pois os meios de descarbonização estão sendo priorizado pelo setor global automotivo. Sendo que muitos países estão buscando outros meios para alcançar este ideal, como, por exemplo, os motores a hidrogênio. O fato é que o mercado brasileiro, que já estava andando depois do “BOOM” de 2022, terá que se reinventar, voltando a operar com biocombustível e outros meios, já que o mercado elétrico pode estagnar com a nova proposta da ANFAVEA.

O Brasil é uma potência que se desenvolveu muito nos últimos anos, e não tem o porquê das fronteiras voltarem a se fechar. Isso é o mesmo que barrar o futuro. Aumentar os impostos pode significar claramente se tornar isento do desenvolvimento global automotivo. Voltando a ser mais um mercado automotivo sucateado no mundo. Tudo isso com o estopim da possível morte dos elétricos, que pode gerar diversos desgovernos no Brasil.

Opinião da Volkswagen sobre os elétricos!

Vale destacar aqui, que o Brasil comprou lixo a preço de luxo. Estamos falando de 1976 a 1990, quando os automóveis foram impedidos de desembarcar no Brasil. Nessa época as pessoas compravam, por exemplo, o Corcel a preço de Mustang, e Chevette a preço de Cadillac. O mesmo aconteceu diversas outras vezes. Como, por exemplo, em 2012, quando o governo petista impôs uma sobretaxa ILEGAL de 30 pontos no imposto. Tudo isso devido ao “BOOM” de importação dos modelos asiáticos.

Bom, o fato é que o mercado pode, sim, voltar a ser sucateado, com estopim da morte dos elétricos. E as empresas que estão se instalando no Brasil, como, por exemplo, a GWM e a BYD, ambas empresas que trabalham com modelos elétricos, podem sofrer muito com estas novas taxas.. Sendo que essas gigantes poderiam desenvolver muito as tecnologias brasileiras, além de gerar mais empregos e novos meios de trabalho. As empresas planejam produzir modelos aqui no Brasil, porém tudo pode ser alterado com uma jogada de taxação desnecessária.

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