Lançamento – Novo Logan: Sedã evoluiu no design
Dizer que o novo Logan é um carro completamente “novo” é um erro. Mas também é incorreto considerá-lo apenas uma reestilização. Talvez a melhor maneira de explicar o que a Renault fez é usar como exemplo um bolo. Os franceses mantiveram a mesma receita da massa, porém, melhoraram o recheio e, sobretudo, a “cobertura”.
O maior mérito do sedã coube ao holandês Laurens Van der Acker e sua equipe. Designer-chefe da Renault, ele repensou o modelo sem mudar o conceito de espaço generoso. Não é à toa que o Logan tenha perdido apenas poucos milímetros na altura e na largura, o que preservou, por exemplo, o volume do porta-malas. A sacada do designer foi encurtar o capô para poder instalar um para-brisa mais inclinado e curvo, o que também contribuiu para melhorar a aerodinâmica. Além disso, aquele “apêndice” formado pelo teto e a coluna traseira foi suavizado, o que deixou a carroceria mais equilibrada.
O toque final foi aplicar a nova identidade visual da marca, com a grade que envolve o logo e os faróis e, voilà, nasceu um carro novo!
Mas e por dentro? Mais uma vez, o holandês corrigiu defeitos do projeto original, que nasceu com uma missão bem menos exigente, a de suprir as famílias do Leste europeu com um veículo bem mais moderno que os modelos da antiga Cortina de Ferro. O painel, que ficava numa posição muito baixa (mal dava para ver alguns botões no console central), foi elevado e a posição de dirigir, repensada para não cansar o motorista.
Quando passou para a mão do marketing, o novo Logan também deu um passo à frente. Itens antes impensáveis agora estão disponíveis, incluindo um ar-condicionado automático de funcionamento prático, sensor de estacionamento, controle de cruzeiro e o NAV 1.2, uma das mais legais centrais multimídias do mercado. Claro que esses equipamentos, embora sejam até baratos, não são de série ao menos nessa primeira fase.
Cansativo de dirigir
A parte boa da mudança também inclui uma melhora geral no acabamento que, continua simples, mas com materiais de textura um pouco mais agradável. Já o aspecto que decepciona no novo Logan tem a ver com a mecânica em si.
Apesar de ganhar o eficiente motor 1.0 introduzido no Clio, que é econômico e potente (tem 80 cv com etanol), e também ter uma suspensão mais confortável e silenciosa, o Logan continua chato de dirigir.
A direção, que poderia ter recebido assistência elétrica, que a deixa mais leve, continua hidráulica e mesmo assim pesada e lenta nas respostas. O câmbio manual também parou no tempo com suas trocas cansativas. A Renault também poderia esconder alguns parafusos à mostra, sem falar em dar um acabamento mais digno aos trilhos dos bancos, que estão expostos no meio dos bancos dianteiros. Eles, definitivamente, não combinam com os novos revestimentos da versão Dynamique, a mais equipada.
Sedã da classe C
A repaginação fez do Logan um carro pela primeira vez atraente. Com isso, ele deixa de ser apenas uma compra racional para dar algum orgulho ao seu dono. Mas, na essência, o sedã continua voltado para um público emergente, que busca mais espaço que o encontrado nos seus Sienas, Classics e Clio Sedans, sem falar nos hatches populares.
Por isso, a Renault continuará vendendo a versão Authentique, com preço de R$ 28.990, para esses compradores, além de taxistas e frotistas. A novidade agora é que quem gosta do Logan e quer um carro mais completo tem no Dynamique uma opção válida, mas que pode chegar a beirar R$ 50 mil com todos os itens disponíveis. Mas aí o novo Logan terá de encarar rivais bem mais preparados e bonitos.
Via – IG – Carros