Imigrante pobre vira milionário, mas diz que a riqueza não lhe trouxe felicidade
A história do empresário Chamath Palihapitiya é um caso clássico de quem saiu do nada e ficou rico, muito rico. Nascido no Sri Lanka, ele migrou para o Canadá ainda criança. Lá teve uma infância de privação. Para sobreviver, precisou do dinheiro da seguridade social e viveu em cima de uma lavanderia com seu pai desempregado. Ele conta que naquela época só pensava em como poderia ficar rico. Era obcecado com a lista de bilionários da Forbes e sonhava algum dia em ver seu nome nela. “Eu era muito pobre. Realmente queria ser muito, muito rico. Era a única maneira que eu podia encarar o mundo tendo crescido como cresci”, disse Palihapitiya ao Business Insider.
O desejo e muito esforço levaram o imigrante ao caminho que ele havia traçado em seus sonhos. Palihapitiya rapidamente se transformou num dos executivos mais bem-sucedidos do mundo da tecnologia. Aos 26 anos, ele se tornou o mais novo vice-presidente da história da AOL e, mais tarde, em 2007, entrou para o Facebook. Na trajetória, conseguiu acumular uma riqueza de dar inveja. Hoje, estima-se que seu patrimônio esteja por volta de US$ 1 bilhão (R$ 2,5 bilhões).
Palihapitiya conseguiu conquistar o que mais queria. Certo? Não exatamente. Quando ficou rico, o empresário conta que percebeu que o dinheiro não lhe trouxe a felicidade que ele esperava. Ele diz ter percebido então que, a não ser que fizesse com sua riqueza algo realmente significativo e que pudesse ter um impacto social massivo, ele não conseguiria se sentir realmente feliz sendo rico.
“A coisa mais importante que eu percebi é que você precisa de algo superficial como isso – ser rico – agindo como um catalisador, para te motivar a fugir do que você está tentando fugir. Mas depois você precisa usar isso como uma ponte para um objetivo de longo prazo mais significativo que te manterá focado, conectado à realidade e ajudando aos outros”.
O que fazer então com tanto dinheiro, mas sem ainda ter alcançado de verdade a felicidade? Palihapitiya vendeu suas ações no Facebook e abriu sua empresa de venture capital (companhia que faz investimento em negócios ainda em estágio inicial, mas com alto potencial de crescimento), a The Social + Capital Partnership. A firma tem uma abordagem distinta das tradicionais empresas de venture capital. Ela investe em companhias que estejam dedicadas a resolver sérios problemas sociais globais. Exemplos? A empresa Glooko, que oferece serviços na nuvem para ajudar no acompanhamento do diabetes, e a Treehouse, que treina engenheiros de computação e os ajuda a encontrar empregos.
“Eu quero deixar um legado massivo”, afirma Palihapitiya. “Eu tenho a sorte de poder financiar isso e colocar dinheiro de volta no mundo”.
Da Época Negócios;
Foto: Tchcrunch/Flickr.