Coronavírus: aplicativos buscam mais motoboys e vale até entrega com carro

Os serviços de entrega em domicílio ganharam importância diante das restrições à circulação de pessoas, no esforço de prevenir a disseminação do coronavírus no Brasil.

Nas localidades que estão sob quarentena, onde há limitações ainda mais severas, o trabalho de motoboys se tornou essencial não apenas para abastecer clientes enclausurados com toda a sorte de produtos; também é um alento para negócios variados conseguirem vender suas mercadorias e, com isso, sobreviverem à pandemia.

Empresas de entrega por aplicativo consultadas por UOL Carros não revelam números relativos à demanda pelo serviço nos últimos dias, quando as medidas de contenção começaram a ser implementadas no País.

No entanto, essas companhias já se mobilizam para aumentarem a quantidade de profissionais parceiros e darem conta do natural aumento na quantidade de pedidos.

A Uber, por exemplo, já oferecia aos seus motoristas a possibilidade de trabalharem também com entrega de refeições por meio da plataforma Uber Eats. A companhia tem inclusive incentivado a prática, segundo disse à reportagem um motorista parceiro. “Neste momento, estamos reforçando essa possibilidade para os motoristas”, confirma a start-up.

A locadora Kovi, por sua vez, disponibiliza aos clientes que trabalham com aplicativos de transporte individual prioridade para fazerem entregas de itens da Supermercados Now e da CornerShop, mesmo de carro.

Nos dois casos, trata-se de uma alternativa para aumento na renda dos motoristas de aplicativo, impactada pela redução no número de passageiros, e que pode incentivar a elevação no contingente de profissionais de delivery.

Em São Paulo, por exemplo, onde a quarentena começou a vigorar hoje no Estado, restaurantes, bares e cafés estão autorizados a vender alimentos apenas por meio de entrega.

Como a situação não está fácil, aplicativos de entregas informam iniciativas voltadas especificamente às empresas que fornecem os produtos, como desconto ou isenção das taxas de retirada, antecipação de pagamentos e fornecimento de lacres para embalagens – sem contar a distribuição de kits para higiene dos entregadores.

Dependendo da empresa, os profissionais contam, ainda, recebem apoio financeiro em caso de impossibilidade de trabalharem devido ao contágio pelo coronavírus.

Antecipação de pagamentos

No caso da Uber Eats, a companhia informa que vai oferecer a clientes gratuidade na taxa de entrega para pedidos feitos a “milhares” de pequenos e médios restaurantes parceiros independentes.

Além disso, todos os restaurantes cadastrados na plataforma também serão isentos da taxa de retirada quando os usuários fizerem um pedido pelo aplicativo e optarem por buscar a refeição pessoalmente, diz a start-up, que promete ações de marketing para aumentar a visibilidade dessas empresas.

Desde ontem, a Uber Eats liberou o pagamento diário a “parceiros pequenos e independentes, em mercados específicos”, dentre outras medidas.

Mais ‘personal shoppers’

Por sua vez, a Rappi, que trabalha com produtos variados, diz que está “trabalhando duro” para aumentar o número de “personal shoppers”, que fazem compras para clientes da plataforma, e entregadores parceiros. Hoje, de acordo com a empresa, já são mais de 200 mil entregadores parceiros na América Latina.

A empresa diz, ainda, que liberou álcool gel para a higiene de entregadores e oferece, como outros aplicativos, a opção de “entrega sem contato”, na qual o produto é deixado na porta do cliente.

Apoio a pequenos restaurantes

O iFood, especializado na entrega de refeições, começa a partir de 2 de abril a destinar um fundo de R$ 50 milhões para restaurantes, com foco nos pequenos estabelecimentos locais, para aumentar o fluxo de caixa. Quem participar receberá seu pagamento em sete dias após a venda nos meses de abril e maio, de acordo com o aplicativo.

Os restaurantes que estiverem autorizados a manter as portas abertas também serão reembolsados integralmente da taxa do serviço ‘Pra Retirar’, no qual os usuários fazem o pedido via aplicativo e o retiram diretamente no estabelecimento.

Além de oferecer transporte individual por aplicativo, a 99, como a Uber, também conta com um serviço de delivery de comida, batizado como 99Food e que hoje está disponível em Belo Horizonte, outra localidade que entrou em quarentena, e também na cidade de Divinópolis, igualmente em Minas Gerais.

Lacres de segurança

A 99Food relata que vai disponibilizar aos restaurantes parceiros lacres para fechamento das embalagens de alimentos.

A companhia informa, ainda, que está realizando pagamento semanal aos restaurantes, que também não precisam pagar taxa de ativação da conta e têm flexibilidade para criar eles mesmos promoções e menus diferenciados.

Quanto aos entregadores, também há a opção de fazer o serviço sem contato direto com o cliente, disponibilização gratuita de kits de álcool gel e máscaras. Os motoboys parceiros também contarão com um fundo de US$ 10 milhões, relativo a todos os mercados nos quais a DiDi Chuxing, dona da 99Food e da 99, tem atuação.

Esse dinheiro será destinado a entregadores impedidos de trabalhar por causa da covid-19. Os trabalhadores também estão segurados contra acidentes do momento do aceite da entrega até a sua finalização.

FONTE: UOL Carros

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