Carros autônomos podem ganhar espaço com a vinda da tecnologia 5G
O carro autônomo – aquele que não precisa do motorista para andar – tem tudo para ganhar ainda mais corpo com o 5G. Mas os modelos não têm que ser totalmente dependentes da nova tecnologia. “Eles vão se beneficiar muito porque precisam baixar mapas, ter acesso às condições de trânsito e tudo mais, mas o veículo todo não depende do 5G para não bater ou para saber se o sinal fechou ou abriu.
Não é por aí. Eu não entraria em um carro autônomo que tivesse dependendo do 5G para andar”, afirma Basílio Perez, conselheiro da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
Perez, que também é presidente da Federação Latino-Americana e do Caribe das Associações de Provedores de Internet, lembra das outras utilidades de um veículo autônomo. “Ele é capaz de ler a placa, de ver pedestres, de saber se tem outro carro ou se vai acontecer um acidente. Ele percebe esse tipo de coisa porque já tem uma tecnologia, uma inteligência embarcada nele”.
Iniciativas
Independentemente se há ou não um motorista ao volante, a conectividade está presente na parceria feita entre a EcoRodovias e a Volvo Brasil, por exemplo. A ideia é conectar os veículos da montadora aos centros de controle das concessionárias da empresa.
O computador de bordo do automóvel faz contato com a central Volvo.
A montadora, por sua vez, replica para o Centro de Controle de Operações da concessionária, permitindo acessar localização, dados de contato do condutor e tipo de incidente na pista.
O futuro da conectividade V2X está no uso da rede móvel 3G, 4G e 5G. Motoristas receberão informações no painel do veículo. Haverá informações do trajeto, com eventos e clima, para apoiar tanto a direção assistida quanto a autônoma.
“Quando um veículo Volvo para e aciona o airbag, nós recebemos automaticamente informação no nosso centro de controle. A gente também tem parceria com a empresa para abastecimento de carros elétricos, sem nenhum tipo de cobrança para o usuário. A gente tem trabalhado na busca por parcerias com outras montadoras. Mas é um primeiro caso de um veículo conectado no Brasil em nossas rodovias. E isso mostra a importância da continuidade para a segurança”, explica Afrânio Spolador, diretor de TI da EcoRodovias. “Felizmente nós tivemos apenas um acionamento até hoje, mas nada grave”, completa.
O Connected Citizens (Cidadãos Conectados) é outro programa que o nome já diz tudo, por intermédio do Waze, aplicativo para dispositivos móveis baseado na navegação por GPS e que contém informações de usuários e detalhes sobre rotas, dependendo da localização do dispositivo portátil na rede.
Há compartilhamento de dados em tempo real para reduzir congestionamentos e contribuir na tomada de decisões. As condições do tráfego em tempo real são acompanhadas. Os usuários do Waze são informados sobre as ocorrências nas rodovias, como acidentes, pontos de lentidão e obras.