Com vendas em baixa, montadoras e mercado recorrem à descontos e promoções

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O primeiro trimestre de 2014 registrou queda de 2,1% nas vendas de automóveis e comerciais leves. Em parte, o retorno do IPI aos patamares estipulados por lei e a restrição ao crédito, fez com que o consumidor saísse das concessionárias e uma boa parte fosse direto para as revendas de usados, elevando os negócios desse segmento em 11,8% no mesmo período.
Assim, as montadoras – esperando também a ajuda do governo – não têm outra saída senão promover feirões, promoções e oferecer descontos para atrair os clientes. Vale tudo para não perder venda. Percorrendo alguns sites de montadoras, podemos observar que as promoções e reajustes de preços variam até de versão para versão.
Algumas marcas decidiram aumentar o nível de equipamentos de alguns modelos a fim de melhor o valor agregado e oferecer ao cliente um veículo mais completo, como no caso do Chevrolet Celta LT, por exemplo. Este agora só tem quatro portas e já vem com ar, direção, vidros e travas elétricas, além dos obrigatórios airbag duplo e ABS. Só que o preço é de R$ 32.490. Percebeu? Já aumentou… A GM se vale muito dos feirões e da habilidade dos vendedores em não perder vendas.
A Peugeot já não quer contar apenas com as ações de seus concessionários e “impõe” um descontão nacional de R$ 8.000 para o sedã 408, que até já esteve mais atrativo, pois recentemente estava sendo oferecido por R$ 47.990 em uma concessionária de SP. O leão está mais manso que o do imposto de renda, oferecendo também taxa 0% para 208 e 308 em planos de financiamento de até 36 meses com entrada.
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A irmã Citroën decidiu fazer com que seus clientes paguem parcelas de financiamento menores nos 30 primeiros meses, dividindo o saldo devedor em 12 mensais no final do plano. Ou seja, o consumidor começa pagando o carro de forma mais suave e no final, talvez em melhor situação, pode fazer então pagamentos maiores, quitando o bem.
No caso da Fiat, líder não chega ao topo sem dar nó em pingo d´água. Reduzindo os custos – já bem pagos no caso do projeto – do Palio Fire, por exemplo, a marca italiana conseguiu fazer com que o veículo se tornasse o novo carro de entrada e de quebra, oferecendo pacotes que o deixam “equipado” mesmo abaixo dos R$ 30.000. Ou seja, muita gente com pouca verba para investir em um automóvel, não vão evitar de assinar o cheque nessas condições. No próprio site de ofertas da Fiat, o modelo sai por R$ 23.990 dependendo da região.
A Ford está promovendo três opções de vantagens para quem estiver interessado no EcoSport SE 1.6. A emprega paga as quatro primeiras revisões, oferece taxa 0% no plano de financiamento ou dá um vale combustível de R$ 2.000. A empresa também oferece taxa 0% para o restante da gama, exceto New Fiesta Sedan, Fusion e New Fiesta Hatch. A Volkswagen se limita a dar IPVA grátis no caso do Fox 1.6 e plano de financiamento especial para o up!, mas sem baixar preço.
As marcas japonesas são menos propensas a conceder promoções e descontos de forma aberta. No entanto, quando o cinto começa a apertar, sutilmente liberam suas redes para promover abatimentos e outras vantagens para não perder vendas. Agora, com as vendas em baixa, as ações nipônicas ficam mais nítidas.
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A Honda está oferecendo taxa 0% em planos de até 24 meses para Fit CX, City DX, Civic LXS e Accord EX. Como o mercado não anda em linha reta, até o Novo Fit chegou com preços parecidos com os do modelo antigo, que agora deve ganhar bons descontos nas lojas. A Toyota não expõe uma campanha exata de promoções e descontos, dando ênfase em vantagens de seus produtos. No entanto, chama atenção os descontos para o Prius nas lojas. As demais japonesas seguem a mesma linha de focar no produto.
A Renault é uma das que mais fazem promoções e descontos, mas atualmente não está dando tanta ênfase em abatimentos de preços ou outras vantagens, além das que são comuns à filosofia do fabricante. A marca adaptou bem os modelos Logan e Sandero para que completos não ficassem tão mais caros, o que chamou a atenção do consumidor, deixando a marca francesa em quinto no mercado. A Hyundai também se vale do produto para manter as coisas como estão, sem descontos ou promoções de preços oficiais.
As chinesas continuam focando no maior nível de conteúdo de seus produtos, que agora são flex na maioria dos casos. No entanto, os rivais nacionais parecem ter assimilado a preocupação do consumidor brasileiro com mais conforto, equipamentos e segurança, passando assim a oferecer – a seu modo, é claro – tais vantagens para evitar uma migração para os asiáticos. Afinal, quem quer carro básico hoje em dia?
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Sem crise

Já o segmento premium não tem do que se queixar, pois as vendas subiram em torno de 43% no mesmo período em que o mercado de modo geral, caiu. Verificamos recentemente que a BMW jogou os preços para baixo e criou versões mais “fracas” (no que diz respeito mais ao desempenho do que ao conteúdo em si) das Séries 1 e 3. No entanto, quem correu, aproveitou. Agora os preços estão mais altos.
A Mercedes-Benz começou com seu Classe A abaixo de R$ 100.000, assim como a BMW, mas também subiu a ladeira de preços. Já a Audi, que do trio de luxo alemão é a de menor presença no país, resolveu arrumar a casa e criou uma nova política de preços. O Audi A3 Sedan chegou por R$ 116.000, subiu e agora desceu para R$ 94.800 na nova versão 1.4 TFSI. Bom, não é mesmo? Mas ainda melhor para quem quer o A3 Sportback, que caiu para R$ 90,6 mil e ficou até mais barato que o menor A1, que custa R$ 91,7 mil e já está bem longe dos R$ 79,9 mil iniciais.
Land Rover já não tem mais produtos abaixo de R$ 150.000, como acontecia há algum tempo atrás. Ainda assim, continua vendendo bem. A Volvo retirou o S60 T4, que era justamente o único abaixo de R$ 100.000. Sem previsão de fábrica, vai ser mais difícil acompanhar as rivais de luxo.
Enfim, com desempenho em baixa, as montadoras e importadores tentam reverter a situação reduzindo seus ganhos, mas cabe ao consumidor discernir qual é a melhor oportunidade para gastar seu dinheiro com automóveis. Afinal, carro não é investimento para se aplicar e ganhar dinheiro. Isso só é válido para fabricantes e revendedores.
Agradecimentos ao Bruno Jefferson pela sugestão.
 
Fonte: Notícias Automotivas

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