Como está a GM que Mary Barra vai assumir a partir de 2014

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Com mais de trinta anos de casa, a executiva Mary Barra terá a partir do próximo ano um dos maiores e mais difíceis desafios no setor automotivo: ser a primeira mulher a comandar a General Motors Global e mantê-la nos trilhos.
Aos 51 anos e mãe de dois filhos, Mary iniciou cedo sua trajetória na companhia, logo após concluir a graduação, em meados dos anos 80, e passar a atuar como engenheira de planta na Pontiac Motor Division, um dos braços da GM.
No entanto, seu trabalho começou a ganhar notoriedade quando ela se tornou uma espécie de assistente executiva de Jack Smith, que, na época, era presidente da montadora e, depois, de Harry Pierce, vice-presidente.
Não demorou muito para Mary subir para cargos altos de fabricação e engenharia na GM, até ocupar a posição de vice-presidente executiva global da General Motors e bater recordes de satisfação do consumidor. Na última terça-feira, Mary foi eleita pelo conselho administrativo da montadora como sucessora de Dan Akerson, atual presidente global.
Nova fase
Sua nomeação como futura presidente mundial marca um novo capítulo para a GM, que passou por uma fase muito turbulenta nos últimos anos, principalmente em 2009, quando precisou do apoio da Justiça americana para não declarar falência. Na época, a companhia recebeu uma injeção de verba do governo americano para se manter ativa e forte.
A situação da montadora começou a melhor em 2010, já sob o comando de Dan Akerson, e está, aos poucos, entrando nos eixos novamente. Recentemente o Departamento do Tesouro Americano informou que pretende vender as 31,1 milhões de ações que possui da GM até o final deste ano.
Bons resultados
Outro ponto favorável que Mary encontrará são os bons resultados que Akerson deixará. No final de outubro, a GM apresentou um lucro trimestral de 757 milhões de dólares, valor acima do esperado por analistas, decorrente da alta no mercado dos Estados Unidos.
As operações na Europa continuam deficitárias, mas a expectativa da companhia é que, até o final do próximo ano, a unidade europeia da GM volte a equilibrar a receita e despesas, após 13 anos consecutivos de prejuízo.
Sua missão daqui para frente será superar os resultados atuais, já que Akerson deixou um legado positivo, marcado por 15 trimestres seguidos de lucratividade e o título de melhor pontuação geral de qualidade inicial do veículo de qualquer fabricante de automóveis, além de realizar investimentos bilionários e manter mais de 25.000 postos de trabalho nas fábricas americanas.
Grandes desafios
Ao mesmo tempo em que os números começam a ficar positivo na Europa, considerado um dos principais mercados mundiais, a região do Oriente Médio e a da Coreia do Sul vêm sofrendo perdas e desacelerando gradualmente, por causa das incertezas políticas e crises, principalmente em mercados como os do Egito e da Síria.
A montadora americana encerrou, temporariamente, sua unidade egípcia de montagem, próxima ao Cairo, após conflitos mortais na área. Já na Coreia, a empresa passou a reduzir sua presença depois de desentendimento com sindicalistas e ajustes trabalhistas, principalmente em relação ao salário, o que pode diminuir a produção no país em 20% até 2015.
Agora, a tarefa de Mary Barra é seguir os passos de Akerson, colocando o cliente no centro das decisões da GM para que a empresa cresça e deixe, de uma vez por todas, o fantasma da crise no passado.
Por Paula Bezerra, de Exame.com.

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