Estoques caem, mas ainda preocupam Anfavea

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De Automotive Business

O primeiro quadrimestre deste ano terminou com “queda muito grande na produção de veículos”, como apontou Luiz Moan, presidente da Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos, durante reunião com a imprensa na sexta-feira, 9. Os números da Anfavea mostram que o volume entregue pelas linhas de montagem das associadas caiu 12% no acumulado de janeiro a abril em relação ao mesmo intervalo do ano passado, para pouco mais de 1 milhão de autoveículos montados, entre leves e pesados.
No comparativo mensal, o total produzido em abril, de mais de 277 mil unidades, é 21,4% menor do que o observado em mesmo mês do ano passado e apenas 1,6% maior quando comparado com março de 2014.
Este discreto avanço na produção de março a abril, segundo Moan, é reflexo de dois fatores: o aumento de 21,8% nas vendas no mercado interno entre um mês e outro e a alta expressiva de 55,7% no mesmo período nas exportações de veículos, decorrente do início das negociações com a Argentina.
Como as vendas avançaram bem mais do que a própria produção de um mês para o outro, o volume de veículos estocados nas concessionárias caiu, de 291 mil unidades em março para 290 mil em abril, passando de 48 para o equivalente a 40 dias de vendas. Nas fábricas, porém, a estagnação permanece. Em março, 96,1 mil veículos estavam parados nos pátios. Em abril eram 102,6 mil.
“Um estoque equivalente a 40 dias de vendas não seria alarmante se o mercado apresentasse viés de alta para os próximos meses, mas, como a tendência é de queda, a Anfavea tem se preocupado com os ajustes de estoques. Temos dificuldades reais de vendas e produção e por isso algumas montadoras têm adotado medidas de restrição, como férias coletivas, layoffs e folgas extras”, comentou Moan.
Por outro lado, o presidente frisou que a indústria automotiva tem vivido níveis de vendas e produção extremamente altos. “Em 2004, o Brasil vendia 470 mil veículos. Dez anos depois, (neste quadrimestre) emplacamos mais de 1,1 milhão de unidades.”
O nível de emprego nestes últimos dez anos também aumentou: de 93 mil para 154,2 mil. A queda do número de postos de trabalho em abril foi de 1,1% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 0,8% na comparação com março deste ano. “É um nível absolutamente normal, dentro do que prevíamos no ano passado”, avaliou Moan.
Dentre os segmentos, o que teve maior retração produtiva no quadrimestre foi o de veículos leves, na ordem de 12,2%, para pouco mais de 1 milhão de unidades montadas. No de caminhões, a retração foi de 9,8% na comparação anual, para mais de 55 mil unidades. E no de ônibus, de 2,1%, para pouco mais de 13,3 mil chassis fabricados. Moan aposta que iniciativas para a liberação de crédito e a volta de livre comércio com a Argentina poderão ajudar a indústria voltar ao equilíbrio entre vendas e produção.
fonte: ABLA

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