Fusion Hybrid: tecnologia e economia
A Ford apresentou a linha 2017 do sedan de luxo Fusion, com motores 2.5 bicombustível (167/175 cv) e 2.0 turbo (248 cv), no mês passado. Agora a montadora completa a linha com o lançamento da versão híbrida do modelo. O Brasil recebeu essa versão, pela primeira vez, em 2010.
Desde então, o Fusion se tornou o líder de vendas desse nicho (52% de participação), que concentra diversos segmentos (crossovers, hatches compactos, sedans médios etc). Segundo a Ford, entre 2013 e 2016, esse mercado teve um crescimento nas vendas de 190%.
Ainda de acordo com a montadora, entre janeiro de 2010 e setembro de 2016, o Fusion Hybrid emplacou 1.810 unidades. Em segundo lugar aparece o Toyota Prius com 876 unidades comercializadas. Outros modelos que constam da lista são: BMW i3 (127 unidades); Lexus CT 200h (115 unidades) e Mitsubishi Outlander PHEV (55 unidades). Os demais modelos, juntos, emplacaram 485 unidades. Números apresentados pela Ford do Brasil.
Atenta à tendência mundial de que os consumidores procuram veículos mais amigáveis ao meio ambiente, a montadora informou que fará um investimento de US$4,5 bilhões, até 2020, para o desenvolvimento de novos modelos eletrificados. Essa estratégia global prevê o lançamento de 13 novos modelos com esse tipo de tecnologia nos próximos quatro anos. O planejamento é feito para que 40% da linha da montadora seja formada por veículos elétricos.
Durante a apresentação do Ford Hybrid, a montadora foi questionada sobre o porquê de utilizar a tecnologia em um modelo tão grande (sedan de luxo) enquanto, em outros mercados, tudo indica que os veículos elétricos e híbridos serão, em sua maioria, compactos e subcompactos.
A resposta faz sentido quando pensamos nas particularidades do mercado nacional. A Ford entende que tanto os clientes que compram esses veículos quanto o próprio segmento (sedan de luxo) são bastante influentes no mercado em geral. Pode-se dizer que são ?formadores de opinião?.
Ou seja, é muito mais fácil um comprador do segmento de compactos se encantar com uma tecnologia (e desejá-la) após associá-la a um segmento que, para ele, é apenas sonho de consumo. Após perceber que veículos de luxo utilizam a tecnologia híbrida, por exemplo, ele terá muito menos barreiras e preconceitos para adquirir um compacto com tecnologia similar.
?O Fusion Hybrid é uma vitrine de tecnologia da marca no Brasil e no mundo. Ele é um exemplo dos avanços da Ford em eletrificação, sustentabilidade, segurança e conforto. Tem um alto conteúdo de inovação e, não por acaso, é um dos produtos com os clientes mais satisfeitos do nosso mercado?, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.
O objetivo do Fusion Hybrid é entregar a máxima eficiência em consumo com o mínimo impacto em performance. Para tanto, o modelo tem um motor 2.0 de ciclo Atkinson de 143 cv e 175 Nm de torque associado a um elétrico que utiliza uma bateria de íons de lítio com capacidade de 1,4 kWh. A potência combinada é de 190 cv.
Autocarregável, a bateria não necessita de carga em rede externa de energia. A garantia que a Ford fornece para ela é de oito anos. O sistema de freios regenerativos aproveita a energia das frenagens para recarregar a bateria. Ele atua de forma modulada, simulando o freio-motor (marcha reduzida) no primeiro estágio para desacelerar o veículo suavemente. Já nas frenagens bruscas, funciona como os freios convencionais, sem regeneração.
De acordo com a montadora, o Fusion Hybrid é capaz de fazer 16,8 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada. A diferença favorável ao trânsito urbano explica-se pelo fato de que o motor elétrico é muito mais acionado no ?anda e para? das cidades, em trechos lentos, do que na estrada, quando a potência é mais exigida e, dessa forma, o motor à gasolina é mais utilizado.
A transmissão é do tipo CVT e, assim como ocorre nas demais versões da linha 2017, a alavanca do câmbio foi trocada por um sistema seletor rotativo. O modo Low, acionado por um botão no console, ajuda a segurar o carro em descidas usando o freio-motor. Ele mantém a velocidade selecionada pelo motorista e otimiza o carregamento da bateria, atuando como uma marcha reduzida.
Interessante a função de segurança presente nesse câmbio. Se a porta do carro for aberta, o câmbio entra automaticamente no modo de estacionamento (P).
*O colaborador viajou a convite da Ford do Brasil
Fonte: Diário do Comércio