GM, Fiat e Mercedes dão férias em 4 fábricas em SP e MG
A General Motors inicia nesta segunda-feira (14) um período de férias coletivas nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo. Na primeira, a parada será até o próximo dia 27. Na unidade do Vale do Paraíba, até o dia 5 de maio, abrangendo a unidade de motores e componentes. A dona da marca Chevrolet diz que o objetivo é “ajustar a produção à atual demanda do mercado brasileiro” e não informa o número de empregados envolvidos.
Também a partir desta segunda, a Fiat dá 20 dias de “férias voluntárias” a 800 funcionários de um dos turnos de uma das quatro linhas de produção em Betim (MG), deixando de produzir 2.400 carros nos modelos Bravo, Idea, Punto, Dobló e Linea.
Além delas, a Mercedes-Benz tem férias coletivas programadas para cerca de 450 funcionários da unidade de Juiz de Fora (MG), onde fabrica caminhões, entre 22 de abril e 11 de maio. A montadora alemã também abriu, no último dia 7, um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para a unidade de São Bernardo do Campo (SP), onde faz também ônibus.
A produção de veículos no Brasil no primeiro trimestre foi 8,4% menor do que no mesmo período de 2013, segundo números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A redução é motivada por queda nas vendas internas e externas e, consequentemente, pelos pátios cheios.
Os emplacamentos de carros, caminhões e ônibus caíram 2,1% de janeiro a março, na comparação com o primeiro trimestre de 2013, também de acordo com a Anfavea. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que reúne os concessionários, considerou o mês passado o pior março dos últimos 5 anos para vendas.
Com o ritmo fraco no comércio de veículos zero quilômetro, os estoques subiram de 37 dias, em fevereiro, número já considerado alto, para 48 dias, em março, somando unidades nos pátios das montadoras e nas lojas.
IPI, airbag e ABS
A alta nos estoques foi um dos motivos que levaram o governo federal a determinar, em maio de 2012, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros. A medida promoveu recordes históricos de vendas em junho, julho e agosto daquele ano. O desconto foi reduzido em abril de 2013 e, novamente, em janeiro passado. A previsão do governo é de que a alíquota poderá voltar ao normal em julho próximo.
“Precisamos lembrar que no ano passado passamos por um momento de expectativa de aumento de IPI em março, que acabou sendo adiado no fim daquele mês. Além disso, tivemos neste ano aumento de preço em razão da elevação do IPI e da introdução de airbag e ABS nos veículos leves e, por último, tivemos ainda dois dias úteis a menos em função do feriado do carnaval”, observou Luiz Moan, presidente da Anfavea, referindo-se à queda de 15,1% nas vendas do mês passado sobre as de março de 2013.
Crise argentina
Ainda no primeiro trimestre, as exportações recuaram 32,7%, sobretudo por novas restrições do governo argentino, país que recebe 3/4 dos veículos exportados pelo Brasil e amarga crise econômica. Foram as dificuldades na Argentina que fizeram a Peugeot Citröen suspender parte da produção em Porto Real desde fevereiro último.
De 3 turnos, a fábrica passou a operar em 2, deixando empregados de determinada faixa de horário entre 2 e 5 meses parados, recebendo capacitação profissional.
Honda, Hyundai, Renault, Toyota e Volkswagen disseram que não têm planos de adotar nenhuma medida para reduzir a produção. O G1 aguarda o posicionamento da Ford. O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região diz que a Ford, que fabrica motores naquela cidade, obteve 200 adesões a um PDV em fevereiro.
Por Luciana de Oliveira e André Paixão, do G1.