Honda Civic Touring: conforto, estilo e performance em (caro) pacote fechado

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Durante uma semana, tive o oportunidade de conviver com o arrojado modelo da foto acima. Recentemente lançada, a versão Touring da décima geração do Honda Civic é vendida em pacote único, sem opcionais a não ser a escolha da pintura. Um bom pacote, aliás, com quase tudo o que se pode desejar em um sedã de porte médio-grande, tanto em termos de conforto, quanto de tecnologia e performance – esta última graças a uma agradável novidade: o motor 1.5 turbo, que equipa apenas esse top de linha (os demais Civics utilizam o mesmo 2.0 aspirado da geração anterior). Mostro o carro em detalhes no vídeo que fizemos para a TV Rebimboca (abaixo).
Lembranças agradáveis

Ao me sentar pela primeira vez no banco do motorista do Touring e começar a ajustar as coisas para o meu gosto e porte, tive uma daquelas lembranças por associação que costumam ocorrer a já-não-tão-jovens sentimentais como eu. Me lembrei do meu “primeiro Honda”, um Civic coupé EX da quinta geração que fui buscar em São Paulo para uma matéria da revista na qual trabalhava. A posição do banco, bem pertinho do chão como deve ser nos modelos com inspiração esportiva, era praticamente a mesma. A sensação do banco de couro, com seus apoios laterais, e o ângulo de visão do painel, do capô e de que percorrer o mundo lá fora sentado aqui dentro seria divertido, também. Um bom começo de história, claro. Principalmente levando em conta que os Civic das gerações seguintes que dirigi foram se distanciando cada vez mais desse tipo de sensação e ficando mais parecidos com seus concorrentes, mais focados no conforto da titia que no sorriso do titio.

Mecânica em dupla dinâmica

Não me decepcionei. O comportamento do carro, se não é arisco, está longe de ser apático. Os 173 cv de potência e 22,3 kgfm de torque do motor se casam surpreendentemente bem com o normalmente frio câmbio CVT – que costuma transformar a experiência de dirigir em algo mais parecido com o que os ascensoristas de elevador fazem do que qualquer outra coisa. Com sete marchas “virtuais” simuladas, o tal do câmbio permite aceleraões vigorosas, especialmente se a teclinha “sport” estiver acionada, esticando os giros do motor para números mais altos. É nesses – e somente nesses – momentos que dá para escutar um pouco do som do motor invadindo a cabine, afinado e convidativo. Mas mesmo durante esses rompantes do pé direito, o carro se mantém neutro sobre a pista, a direção (elétricamente assistida) firme e direta e o conforto dos passageiros inalterado.

Zen e o carro bom de dirigir

O equilíbrio entre o conforto e a justeza necessária a uma boa estabilidade, aliás, é um dos pontos altos desse Honda, que é bom de curva e, até onde eu pude avaliar, freia muito bem. Estão no tal pacote que eu mencionei na abertura, claro, uma infinidade de letrinhas e sistemas que ajudam e muito a manter toda essa competência e serenidade. E ajudam, também, a fazer com que o carro, a despeito de seu tamanho e dotes de desempenho, tenha um consumo médio baixo. Usando apenas gasolina (as versões 2.0 são flex, mas este, pelo menos por enquanto, não), segundo a certificação do Inmetro, ele fat até 12 km/litro na cidade e até 14,6 km/litro na estrada.

Comigo ao volante, quase o tempo todo no trânsito urbano e medida pelo computador de bordo, a média ficou em cerca de 11 km/litro, aí incluídas algumas aceleradas insanas e esticadas de marcha usando o câmbio no modo manual e rocando as velocidades por meio das borboletas no volante.

Simplicidade generosa

Tirando alguns pequenos detalhes meio estranhos, como as ótimas conexões para celular e outros gadgets que ficam quase escondidas numa espécie de porão sob o console central, e a frugal bengalinha de ferro usada para manter o capô aberto (até no meu velho hatch compacto existem amortecedores com essa função e não preciso ficar procurando onde prender o gancho da tal vareta), tudo parece ter sido pensado e construído com um capricho acima da média.

No geral, bem simples, como é tradicional na marca, mas extreamente funcional e de bom gosto. E ainda há ótimas sacadas, como a câmera instalada no retrovisor externo direito e que é acionada automaticamente (a imagem aparece na tela da boa central de multimídia, no centor do painel) quando se aciona a seta para aquele lado ou por meio de um botão, e que literalmente acaba com os pontos cegos ali; e um simpático controle de volume no volante sensível ao deslizamento do polegar. Bacaninha mesmo.

Sal demais na conta

Não tão bacana é o preço. Como mencionamos, todos os acessorios inclusos (som, piloto automático, sistema que dispensa chave para abrir e ligar o carro, bancos em couro, teto solar, faróis de LED e outras tantas coisas que, se você quiser, pode ver listadas no site da montadora ) o preço sugerido para o Touring é de R$ 124.900,00. Você consegue comprar uma versão mais barata do Civic por a partir de R$ 87.900,00, com câmbio mecânico e motor 2.0 aspirado. Mas, definitivamente, não é a mesma coisa.

Todas as fotos deste post foram feitas pelo autor (Henrique Koifman).
Fonte: O Globo – Blogs

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