Mobilidade sob demanda é tendência lucrativa para montadoras
O sufoco do trânsito nos grandes centros, agravado pelo boom do transporte individual, e o gasto excessivo de manter um carro têm levado muita gente a repensar as formas de deslocar-se. A mobilidade sob demanda, como já mostramos em outras oportunidades no Radar Nacional, é uma tendência que aos poucos tem conquistado pessoas que desejam alternativas mais econômicas, mas sem abrir mão do conforto no trânsito. E, por incrível que possa parecer, essa novidade também se mostra uma forma lucrativa para as montadoras.
É certo de que os novos rumos representam um divisor de águas para as fabricantes. Mas, de acordo com análise da Deutsche Bank, há uma visão destorcida de que a era on demand prejudicará o setor. “A visão de consenso é de que as vendas de automóveis cairão e que isso será negativo para as fabricantes de equipamentos originais dos EUA”, escreve a equipe do Deutsche Bank liderada por Rod Lache. “Nós acreditamos que a visão de consenso possa estar errada”.
Estudos preveem que a nova experiência deve ter um forte impacto no trânsito norte-americano, de ondem podem desaparecer das ruas 25 milhões de carros. O serviço será aderido, nas estimativas, por 31% das famílias que vivem as regiões metropolitanas e que são proprietárias de 15,5 milhões de veículos. Nesse universo 61% das famílias – que representam 8 milhões de veículos – acreditam na viabilidade econômica de optar por um veículo sob demanda.
Por outro lado, essa redução de carros circulando irá contribuir com um ciclo de vida mais curtos para os autos, já que serão muito mais utilizados em aluguéis e caronas remuneradas em comparação com a rodagem do carro de uma só família. A expectativa é de que a troca seja feita em até três anos, uma rotatividade que animaria o mercado. Cada veículo sob demanda viajará de 10 a 20 por cento a mais do que o conjunto de seis a nove veículos particulares que substitui.
O aumento na quilometragem também é atribuído às viagens vazias, o trajeto que o condutor leva de um passageiro a outro. Motoristas do Uber, por exemplo, viagem sem passageiro a metade dos quilômetros percorridos em Nova York.
E a indústria automotiva passará a trabalhar sob um novo indicador: da economia e as condições de crédito para os quilômetros viajados. Tende, portanto, a se tornar menos cíclica.
Se essas projeções se confirmarão, é algo ainda incerto. Mas é fato de que, diante da popularização dos aplicativos de carona remunerada, que aos poucos se sobressaem aos serviços de táxi, é algo mais palpável que imaginar pouco tempo atrás que os carros autônomos estariam nas ruas.
Fonte: Radar Nacional