Insegurança nas cidades faz crescer procura por blindagem no país

Brasil é o maior mercado de blindagens civis, com mais de mil veículos por mês, e o custo gira em torno de R$ 70 mil a R$ 80 mil

Todos os meses, mais de mil veículos são blindados no Brasil. “Infelizmente, essa é uma necessidade crescente”, afirma Mário Brandizzi, principal executivo da BSS, uma das maiores empresas do setor. Esse mercado segue a dinâmica das vendas de veículos. Em 2013, auge da indústria automobilística no país, foram blindados, em média 1,8 mil carros por mês.

demanda cresce também à medida que mais gente se sente insegura nas cidades e pode pagar por um serviço que gira em torno de R$ 70 mil a R$ 80 mil. “Notamos que a demanda foi descendo a pirâmide nos últimos tempos”, diz Brandizzi. “Antes eram só empresários e banqueiros. Depois algumas empresas começaram a procurar o serviço para a diretoria e depois gerência. Agora aparecem outros profissionais, como médicos.”

O Brasil é de longe o maior mercado de blindagem de carros civis. O volume do México, o segundo colocado, é cinco ou seis vezes menor, segundo cálculos do executivo. A Colômbia é outro grande mercado. Não existem dados precisos sobre cada mercado.

Há vários níveis de blindagem. No Brasil, usa-se o chamado III-A, que suporta tiros de qualquer arma de mão, incluindo pistola calibre nove milímetros.

A atividade é controlada pelo Exército e, segundo os blindadores, a liberação, de forma eletrônica, é rápida. Em geral, nenhuma empresa começa o serviço sem a autorização do Exército.

Os principais clientes são os proprietários de carros de luxo. Mas não existe nenhum impedimento para blindar um modelo popular. E há procura. “Às vezes um empresário nos procura para blindar um Gol, que será usado pelo filho”, diz. A demanda, em carros mais simples, inclui, ainda, empresas de segurança patrimonial. Locadoras e empresas de aluguel de carros por assinatura também incluem blindados em suas linhas.

O setor é bastante pulverizado, com empresas de vários portes. Calcula-se que o número de companhias especializadas no país passe de 200. Somente em São Paulo há 120. Com o avanço da tecnologia, os maiores blindadores passaram a utilizar materiais mais leves. O aço foi substituído pela manta de fibra de aramida, feita com insumo importado.

O que limita a durabilidade são os vidros, segundo Brandizzi, que resistem entre cinco e dez anos. A partir daí começa o processo de delaminação. Já a blindagem da carroceria “tende a durar mais que o próprio carro”.

A blindagem, no Brasil, começou há cerca de três décadas, coincidindo com a época da liberação das importações. Os executivos do setor calculam que a frotas de blindados no país esteja em torno de 230 mil veículos. Isso equivale a 0,5% da frota total de carros e comerciais leves no Brasil, que soma 43,5 milhões.

Por Marli Olmos

FONTE: FROTA EM FOCO

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