Tecnologia E-TECH híbrida da Renault. Síntese dos princípios fundamentais
E-TECH define a nova família de motores híbridos com tecnologia desenvolvida pela Renault e que motivou 115 patentes por parte do grupo francês.
Além do objetivo óbvio de diminuir consumos, na génese do desenvolvimento esteve a propósito de oferecer uma solução acessível em termos de preço, aplicável aos modelos atuais, que gerasse a menor interferência de habitabilidade ou diferenças sobre a condução, e ainda com elevado poder de regeneração, característica essencial para aumento da sua eficiência energética.
A tecnologia E-TECH, que a partir de setembro de 2020 chega às gamas Clio, Captur e Mégane define-se por:
- Utilização do motor a gasolina 1.6 adaptado para receber em paralelo um motor elétrico com capacidade motora, coadjuvados por um segundo motor elétrico (para regeneração/arranque do motor de combustão) e uma caixa de velocidades automática multimodo sem embraiagem. (esta associação otimiza a eficiência e dá fluidez às passagens de caixa e deriva diretamente da experiência da Renault na Fórmula 1);
- Utilização de bateria Hitachi de iões de lítio com 1.2 kWh (230V) no Clio híbrido e de 9.8 kWh (400V) nos Renault Captur e renovado Mégane E-TECH Plug-in Hybrid e no Novo Mégane E-TECH Plug-in Hybrid;
- Arranque do veículo sempre em modo elétrico;
- A arquitetura em “série-paralelo” resultante da conjugação dos dois motores permite ajustar o modelo de “hibridização” às condições de condução, uma vez que os motores podem funcionar de modo independente ou combinado;
- Esta gestão é assegurada por quinze combinações possíveis de transmissão (cinco do motor de combustão, três das unidades elétricas), o que contribui não só para a melhor eficiência ou potência ajustada às condições do terreno, como maior fluidez nas trocas de caixa que, recorde-se, não possui embraiagem;
- Existe travagem com maior ou menor poder regenerativo, controlada através do manípulo da caixa de velocidades automática. A regeneração acontece também sempre que é pressionado o pedal do travão;
- A bateria é carregada pelo motor e pelo sistema de regeneração de energia no Clio híbrido, podendo ser também por via de ligação a tomada doméstica, industrial ou wallbox nos Captur e Megane Plug-In. Estes podem ligar-se a postos até 22 kWh mas a velocidade máxima de carregamento é de 3,7 kWh;
- Sistema ”E- Save” no sistema hibrido “plug-in” assegura a manutenção de uma reserva de carga na bateria de pelo menos 40% para a condução em modo 100% elétrico.
Os modos de condução ou regeneração podem ser controlados através de comandos específicos (por exemplo, o modo 100% elétrico pode ser “forçado” através de botão próprio ou a partir do sistema Multi Sense) e visualizados em instrumentação específica dos modelos com tecnologia E-TECH (no painel digital atrás do volante ou no ecrã central)
Os modelos com esta tecnologia representam uma alternativa às correspondentes versões diesel 1.5 dCi com 115 cv, equiparando-se em matéria de preço de aquisição e custos de utilização.
Até 2022, a Renault conta dispor de oito modelos 100% elétricos e doze eletrificados, entre híbridos e híbridos recarregáveis.
Parte dos componentes da transmissão são fabricados em Portugal na fábrica do grupo Renault em Cacia.