Vamos, Gerdau e VW Caminhões se unem

Vamos, Gerdau e VW Caminhões se unem em programa para trocar caminhões com mais de 20 anos.

Com o objetivo de ajudar a retirar das ruas e rodovias veículos com mais de 20 anos de uso, a siderúrgica Gerdau, a locadora Vamos e a montadora Volkswagen Caminhões e Ônibus estão lançando nesta terça-feira uma parceria dentro do programa de incentivos fiscais do governo federal para a troca de veículos pesados.

O programa, que abrange veículos — caminhões e ônibus a partir dessa idade de atividade — começa na parceria com 140 caminhões, cuja vida útil média é de 36 anos. Depois de adquiridos pela Vamos e totalmente regularizados, os veículos vão se tornar sucata, sendo reciclados em siderúrgicas da Gerdau — uma em Araçariguama, a 60 km de São Paulo, e outra em São Caetano do Sul, na região metropolitana da capital.

Para caminhões, o programa do governo federal definiu R$ 700 milhões de recursos para a compra de veículos.

O desconto na troca por um zero km varia, conforme a idade do veículo, de um piso de R$ 33 mil a R$ 80 mil. Para ônibus, vai até R$ 99 mil.

“Para a Gerdau, participar da parceria é importante porque nos garante uma fonte segura de compra de sucata de aço a preços de mercado”, afirmou Rubens Pereira, vice-presidente da Unidade de Negócios Brasil (aços longos e planos e mineração) mais Uruguai e Argentina. Ele destaca o fato disso ocorrer dentro do conceito de economia circular.

A Gerdau obtém 73% da matéria-prima que consome com a reciclagem de diversos tipos de sucata de aço, inclusive veículos. Por ano, a empresa recicla 11 milhões de toneladas. “O programa garante a reciclagem e reduz a pegada de carbono. Cada tonelada reciclada, reduz 1,5 tonelada de geração de CO2”, diz Pereira.

A siderúrgica tem megaequipamentos especializados em triturar sucata, conhecidos como Shredders, para desmonte de veículos nas duas unidades.

Segundo Pereira, a empresa está apta a reciclar 250 mil veículos por ano em suas instalações.

Gustavo Couto, presidente da Vamos, — que faz locação de caminhões, máquinas agrícolas e empilhadeiras e tem 18 concessionárias de revenda — destaca a relevância do programa em três principais aspectos: econômico, social e ambiental. Informa que existe no país uma frota de 1,5 milhão de caminhões com mais de 20,8 anos de utilização, que emite mais polução, quebra mais e provoca mais acidentes.

“Em países desenvolvidos a idade média é de 10 anos, sendo oito anos nos EUA. O Brasil tem necessidade urgente de criar alternativas para sucatear o veículo velho, que acaba circulando por longo tempo de mão em mão”, afirma Couto.

Vamos, Gerdau e VW Caminhões se unem

No aspecto social, diz o executivo da Vamos, caminhões mais antigos recebem os menores fretes para as cargas e o veículo está mais propenso a quebrar, reduzindo a renda do caminhoneiro. A empresa desenvolveu em 2021 um programa próprio, que custou R$ 2,4 milhões, comprando 50 caminhões e então pôde constatar esses problemas.

“Estamos começando com 140 caminhões nessa parceria, dentro do programa do governo. Como há potencial enorme, esperamos que outras empresas frotistas se sintam incentivadas a participar do programa”, diz o presidente da Vamos. Segundo ele, a empresa é a maior frotista e maior comprador — R$ 5 bilhões em 2022. “Cerca de 80% são caminhões e implementos agrícolas”.

O montante de recursos disponibilizado pelo governo, dentro dos valores praticados, pode abranger cerca de 12 mil caminhões. É ainda assim é pouco pela quantidade de veículos acima de 21 anos de uso existente no país. “É preciso que o programa se torne sustentável, ao longo do tempo para que ocorra, de fato, uma grande renovação da frota”, afirma Couto.

Uma das dificuldades no país é a regularização, em dia, dos veículos perante os órgãos, como Detran.

O veículo tem de estar em dia, com IPVA, licenciamento e outras taxas, enfim, tudo quitado.

No conceito da economia circular, Pereira, da Gerdau, destaca que o aço reciclado dos veículos fora de atividade vira, outrossim,  vergalhões e também aço para produzir bielas, virabrequins, comando de válvulas e outros componentes na unidade de Pindamonhagaba (SP). Posteriormente, esses componentes vão ser utilizadas na fabricação de novos caminhões e ônibus.

A parceria das três empresas está sendo oficializada nesta tarde (22/08). Foi realizado um evento na siderúrgica da Gerdau em Araçariguama com a presença do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Geraldo Alckmin.

Fonte: valor.globo.com

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