Pesquisa Kantar-Arval: Brasileiro aposta em sustentabilidade e espera crescimento de frota de veículos acima da média mundial
A Arval, empresa de gerenciamento de frotas de veículos integrante do BNP Paribas, em parceira com o Instituto Kantar, acaba de lançar a pesquisa 2020/2021 FLEET BAROMETER, que aborda os avanços em mobilidade em todo o globo. Entre os temas tratados estão metas de sustentabilidade, que incluem redução na emissão de gases, uso de dispositivos tecnológicos, aumento e renovação das frotas em empresas de pequeno, médio e grande portes e, principalmente, o avanço da tecnologia automotiva, que inclui investimentos em veículos elétricos, novas modalidades automotivas e mudanças nos paradigmas dos usuários e frotistas.
A pesquisa aponta que as frotas brasileiras são renovadas com mais frequência do que as de outros mercados (4 anos contra 5 anos). Em outros países, as maiores empresas investem mais na renovação, em relação às companhias menores. No Brasil, a diferença aparece entre as menores empresas (menos que 10 funcionários) e todas as outras: as menores mantêm seus veículos por mais tempo, sejam carros de passeio ou LCVs. Isso mostra que a frota de pequenas empresas é revisitada em aproximadamente 5 anos, em comparação com 4 a 4,5 anos em empresas maiores.
Em paralelo, o levantamento também traz os diferenciais no que tange sustentabilidade e às novas tecnologias aplicadas aos veículos. As questões de sustentabilidade seguem os direcionamentos globais, de redução nas emissões de gases (metas climáticas globais), uso de combustíveis e energias alternativas, entre outros aspectos.
“O Brasil é um mercado maduro em relação às tecnologias alternativas de combustível. Aqui, 81% das empresas brasileiras declararam que as políticas da WLTP – World Wide Harmonized Light-Duty Vehicles Test Procedure – terão impacto na gestão de suas frotas – muito acima da média mundial (69%). Esse impacto projetado seria mais forte em corporações muito pequenas e grandes, entre 100-499 funcionários. As empresas brasileiras mudarão seu mix de energia para se adaptar ao limite de CO2, 1 em cada 3 aumentará seu orçamento de TCO”, analisa Max Fernandes, diretor de marketing da Arval.
Além disso, espera-se que a parte de veículos a diesel na frota brasileira seja muito menor do que a mundial nos próximos três anos (27% contra 48% no mundo) – principalmente entre as pequenas e médias empresas. Apesar dessas mudanças, a participação dos carros movidos a gasolina deverá ser maior do que no mundo nos próximos 3 anos (39% versus 29% em todo o mundo) – especialmente alta nas médias empresas brasileiras.
Outro ponto levantado pela Kantar é que o Brasil é muito maduro em relação às energias alternativas. A pesquisa mostrou que 49% das empresas implementaram pelo menos uma modalidade dentro de sua frota (maior taxa entre os painéis), 72% usam ou consideram usar no próximo 3 anos – fortemente impulsionadas por empresas com menos de 100 funcionários – incentivados pelas discussões locais sobre isenção fiscal. Em comparação com outros mercados, as pequenas empresas estão adiantadas em relação a essas tecnologias (44% estão usando, contra 20% no mundo).
“Outro fator importante, que a pesquisa nos traz, é que em comparação com outros mercados, as empresas brasileiras adotaram precocemente o GNV, bioetanol e GLP – impulsionados por companhias com mais de 100 empresas de funcionários. Isso provavelmente se deve ao Brasil ser um dos maiores fornecedores de recursos naturais do mundo”, completa Fernandes. O elétrico híbrido e a célula de combustível estão em linha com outros mercados em relação ao uso e consideração (o uso híbrido em corporações médias é um pouco menor do que o mundo todo).
Sobre a locação operacional, a pesquisa demonstrou que há potencial de desenvolvimento desta modalidade no Brasil, especialmente em grandes corporações. A auto compra é o principal método de financiamento utilizado no país e uma em cada duas empresas, em todo o mundo, declarou esse método como sendo o principal tipo de financiamento, independentemente do seu tamanho – 40% em média em todo o mundo.
No entanto, até o momento, essa modalidade de locação operacional é o método de financiamento menos escolhido no Brasil (usado por 9%, frente a 27% no mundo). Seu uso é muito baixo em empresas de com menos de 100 funcionários (4%), mas em empresas com mais de 100 funcionários chega a 18%. “Mas o futuro deve ser positivo para a locação operacional, já que 6 em cada 10 empresas pretendem desenvolver essa solução nos próximos 3 anos – ainda mais em grandes corporações (77% afirmaram que devem aderir ao método e, 37% acreditam que podem utilizá-lo)”, completa Max.
Outro ponto levantado na pesquisa foi o uso de telemática. De acordo com o estudo, as empresas brasileiras são grandes usuárias da tecnologia automotiva. A Kantar constatou que a maioria das corporações brasileiras usa telemática (58%) – muito mais do que no mundo (37%). Como nos outros países, as maiores empresas são as que mais dispõem de tecnologia: 75% das empresas com mais de 500 funcionários usam tecnologia no Brasil (54% no mundo).
O principal motivo do uso de dados tecnológicos é melhorar a segurança dos motoristas, afirmada por 46% dos gestores de frotas (50% dos gerentes de pequenas corporações) – muito acima da média mundial (29%). Outros propósitos de telemática consistem principalmente em melhorar a eficiência operacional, bem como a localização e segurança dos veículos – especialmente importantes para os gestores de frotas de grandes corporações (mais de 100 funcionários, 46%).
De acordo com a pesquisa, as principais barreiras ao uso da tecnologia de dados estão relacionadas a um ROI limitado e à falta de interesse em relação aos dados coletados. Outro empecilho – especialmente para a Telemática em LCVs – é a falta de recursos para gerenciar os dados de forma eficaz.
Fonte: Mobilidade Sampa