Produção recorde em 2013 mostra sucesso do Inovar-Auto, mas carro encalhou
A produção de carros no Brasil em 2013 subiu quase 10% — 9,9%, segundo dados exatos da Anfavea (a associação de fabricantes de carros instalados no país) divulgados nesta terça-feira (7) –, alcançando as 3,74 milhões de unidades. Já o licenciamento caiu menos de 1% (0,9%), o primeiro tropeço anual em dez anos, informou a associação — número que confirmou os dados da Fenabrave divulgados por UOL Carros na última semana.
Segundo a Anfavea, foram vendidos 3,77 milhões de carros de passeio e comerciais leves, contra 3,8 milhões em 2012; para a Fenabrave, foram 3,57 milhões — este último dado reflete apenas os carros entregues ao consumidor, enquanto o primeiro pode incluir modelos ainda nos pátios dos lojistas.
Houve recuo pontual na produção em dezembro — foram 235,9 mil veículos, queda de 18,6% sobre novembro e de 12,1% ante dezembro de 2012 –, algo que pode ser justificado tanto como ajuste ao mercado em queda, quanto pelo período de férias coletivas.
De toda forma, o que ambos os números (de produção e de vendas) apontam, é que o programa Inovar-Auto cumpriu um de seus objetivos: aumentar, ainda que de modo forçado, a produção local. Por outro lado, o do comprador, as coisas ficaram apertadas em 2013 e devem seguir assim em 2014.
Ao exigir que montadoras fabriquem seus modelos no país para terem abatimento dos 30 pontos extras de IPI cobrados sobre unidades fabricadas fora do Brasil, o governo construiu o alicerce do Inovar-Auto. Além disso, houve também estreitamento da cota de carros que podiam ser importados do México (parceiro comercial do Brasil e do Mercosul) sem a sobretaxação.
O resultado foi uma explosão de anúncios de novas fábricas — mais de uma dezena –, tendência que deve ser mantida para este ano. A reboque, espera-se óbvio novo aumento na produção local aumente para os próximos anos, a medida em que estas novas unidades entrem em operação neste e nos próximos dois anos.
SEM CRÉDITO, SEM VENDA
Fator determinante para a queda nos emplacamentos em 2013 veio da menor oferta de crédito e do aumento de juros.
Em setembro, o setor já havia reduzido suas estimativas para um crescimento de 1 a 2% nos licenciamentos de 2013, depois de anteriormente prever crescimento de até 4,5%. Na época, o presidente da Anfavea e vice-presidente da General Motors, Luiz Moan, citou fatores justamente o lento crescimento da economia, redução na oferta de crédito e perspectivas de novos aumentos nos juros para justificar a mudança de cenário.
Além disso, a tendência é que os novos carros fiquem mais caros também por outros três fatores: o aumento progressivo do IPI, a incorporação obrigatória de freios com ABS e airbag duplo e a maior tecnologia embarcada nos lançamentos, ainda que estes convivam com velharias de nosso mercado. (Com agências)
Fonte: UOL CARROS