TAM solicita à Anac mudar 40% dos voos durante a Copa
A TAM pediu à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) uma mudança de cerca de 40% de sua malha aérea para a Copa de 2014.
Tamanha revolução na empresa não deverá proporcionar um grande retorno econômico, de acordo com a presidente Claudia Sender.
“Um dos mitos em torno da Copa é que será um momento das companhias ganharem muito dinheiro. A projeção é de redução de receita e de um investimento maior”, diz.
“Cerca de 50% a 60%, dependendo da época, das nossas passagens são de viagens corporativas. Na Copa, teremos praticamente só passageiros de lazer que em média pagam bem menos que os que viajam a negócios.”
A companhia aérea antecipou à coluna as solicitações referentes a duas cidades, encaminhadas na sexta-feira passada, último dia do prazo dado pela agência reguladora às empresas do setor.
Fortaleza, para onde a companhia tem 28 voos diários, poderá receber durante o Mundial até 32 voos, a depender da aprovação da Anac, que divulgará a malha final até o dia 15 de janeiro.
Para Cuiabá, por sua vez, são hoje cinco voos por dia. A empresa solicitou a ampliação para 11.
A TAM opera cerca de 800 voos diários, com 120 aeronaves, em 42 aeroportos.
A seguir, trechos da entrevista dada na sede da empresa, em São Paulo.
“A grande complexidade da malha da Copa é refazer os trilhos [roteiros de voos diários] das 120 aeronaves e garantir que quando o Brasil for jogar em Fortaleza às 15h, os passageiros desembarquem às 11h”, afirma.
“A mobilidade urbana estará complexa nesses dias.”
A movimentação aérea também será intensa. Muitos torcedores não terão onde dormir nas cidades-sedes, prevê Sender.
O Castelão tem quase três vezes mais assentos que o número de leitos em Fortaleza, estima a CEO . “Vou ter de transportar 30 mil -20 mil que sejam- que não terão onde dormir em Fortaleza.”
“Não vai ter pátio para os aviões”, lista outro problema. “O aeroporto não tem capacidade para receber tantas aeronaves paradas. Todas as companhias têm o compromisso de fazer a Copa dar certo. Mas onde vou estacionar?”, pergunta a executiva.
“Vamos ter voos, muitos voos vazios”, responde ela mesma mais adiante. “A Anac se comprometeu a usar aeroportos alternativos e bases aéreas para estacionar aviões.”
“Precisa garantir onde deixar os aviões em Fortaleza, ou por perto, para que quando o jogo acabar, a gente possa tirar os passageiros de lá.” Pátios também entraram nas solicitações das companhias à Anac, conta, sem detalhar.
Da Folha.