Venda de veículos sobe 24,5% em setembro, diz Fenabrave
A venda de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos cresceu 24,5% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2016, informou a federação dos distribuidores, a Fenabrave, nesta terça-feira (3). A entidade também revisou as projeções para o ano.
No mês passado foram emplacados 199.227 veículos, contra 159.953 em setembro do ano passado. É o segundo melhor resultado para o setor em 2017, atrás apenas de agosto, que registrou 216 mil unidades comercializadas.
No acumulado do ano, foram vendidos 1,62 milhão de veículos novos no país – uma alta de 7,36% sobre o verificado no mesmo período do ano passado.
O avanço é puxado pelas vendas de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões), que representam a grande maioria dos emplacamentos e tiveram crescimento de 24,9% no mês e 7,86% no acumulado do ano, também na comparação com os mesmos períodos de 2016.
Projeções revistas
No começo do ano, a Fenabrave estimava que as vendas de automóveis e comerciais leves cresceriam 2,04% sobre 2016, depois passou para 4,3% em julho, e agora acredita que a alta chegará a 9,9%.
Para o segmento de caminhões e ônibus, a entidade projetava aumento de 3,15%, depois queda de 10,2%. A nova previsão fica perto da estabilidade (0,13%).
Os emplacamentos de caminhões, para os quais era esperada alta de 2,8%, passaram para baixa de 11,5% em julho e devem fechar o ano em queda de 2% sobre o ano passado, diz a nova projeção. Para ônibus, a previsão melhorou: de alta de 4,4%, para -5,5% e agora alta de 8%.
Em agosto, a associação das montadoras (Anfavea) também revisou suas projeções.
Pesados
Em setembro, foram vendidos 1.105 ônibus e 5.647 caminhões, com alta de 33% e 9,3%, respectivamente, sobre o registrado em setembro de 2016.
Nos primeiros 9 meses do ano, os emplacamentos de veículos pesados acumulam queda de 7% sobre o ano passado.
“A safra contribuiu, mas não o suficiente para mudar o cenário”, diz o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção. As vendas de caminhões também não sobem tanto porque, segundo ele, ainda há veículos novos nas empresas: “Ainda há frota disponível nas transportadoras para ser utilizada.”
Motos
O ano também continua no vermelho para vendas de motos, que são contadas à parte. Os emplacamentos caíram 4,9% no mês passado, também em relação a 1 ano atrás, somando 66.237 unidades.
No ano, o volume chega a 640.210, 17,5% abaixo das vendas de janeiro a setembro de 2016. Para Assumpção, o problema continua sendo a baixa oferta de crédito e o desemprego que afeta os brasileiros de renda baixa – maiores consumidores de motos de baixa cilindrada.
Responsável por cerca de um terço das vendas, a modalidade de consórcio ainda segurou a queda, que poderia ter sido maior, de acordo com Assumpção. “Sem o consórcio o setor de motos estaria em pior situação.”
Por isso, a Fenabrave piorou a perspectiva para o segmento, que vem sofrendo sucessivas quedas desde a crise de 2008. Em vez da alta de 4,40%, prevista no início do ano, é esperado um recuo de 13%.
Por Peter Fussy, do G1.