Bancários aceitam proposta da Fenaban e greve chega ao fim em MG
Depois de 31 dias de greve, a maior paralisação da categoria desde 2004, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), os bancários aceitaram a proposta de reajuste salarial de 8% mais abono de R$ 3,5 mil para o ano vigente. O acordo garante a reposição integral da inflação no ano que vem mais 1% de ganho real para salários e demais benefícios. Com isso, os bancários retornam aos trabalhos nessa sexta-feira.
A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi aprovada em três assembleias organizadas pelo Sindicato dos Bancários de BH e Região na noite dessa quinta-feira. Trabalhadores da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e dos bancos privados concordaram com os valores apresentados pela entidade patronal.
A greve dos bancários chegou a atingir três em cada quatro agências na capital mineira. Nacionalmente, a adesão era de 55% nessa quinta-feira. Ao todo, mais de 13 mil agências estavam com as atividades paralisadas. “Os bancários saem vitoriosos de uma das campanhas mais difíceis dos últimos anos, impacta pela conjuntura política e econômica do país”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
Além do reajuste salarial, a negociação garantiu aumento de 15% no vale-alimentação e de 10% no vale-refeição e no auxílio creche. Pelo acordo, os novos pisos salariais são de R$ 1.487,83 (portaria), R$ 2.134,19 (escritório) e R$ 2.883,01 (caixa e tesouraria). Além disso, os dias parados serão abonados pelos patrões.
O acordo garante a adoção da licença-paternidade de 20 dias em concordância com a nova legislação adotada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Um dos pontos do acordo coletivo é a criação de um centro de realocação e requalificação profissional dentro dos bancos. O objetivo é que os funcionários ameaçados de demissão tenham a possibilidade de serem transferidos para outras áreas da instituição.
Por Pedro Rocha Franco, do O Tempo.