Rio terá frota de veículos elétricos com sistema de compartilhamento

A cidade do Rio de Janeiro deve ter uma frota de veículos elétricos a partir do próximo ano para operar em sistema de compartilhamento, ou carsharing, como é conhecido internacionalmente. O projeto será similar ao adotado em vários países europeus e seguirá modelo parecido ao usado para bicicletas em diversas cidades brasileiras. Estima-se que a frota inicial possa chegar a 300 automóveis movidos a eletricidade.
Na segunda-feira, 23, o Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro divulgou que o consórcio liderado pelo grupo Radar PPP, que envolve as empresas BYD, DirijaJa, idom, PricewaterhouseCoopers (PWC) e Albino Advogados Associados venceu concorrência para desenvolver o projeto de viabilidade do programa numa Parceria Público Privada (PPP). O grupo tem seis meses para apresentar uma proposta.
Segundo Ricardo Silva, coordenador de Estruturação de Projetos da Secretaria Especial de Concessões e PPPs da Prefeitura, se o projeto for considerado viável será aberta uma licitação para os grupos interessados em desenvolver o programa. O grupo que fará o projeto será um dos candidatos.
“É um projeto inédito”, afirma Silva. No Recife (PE), há uma experiência desde dezembro de compartilhamento de veículos elétricos, mas envolve um grupo pequeno de pessoas e apenas dois carros importados da China que não são homologados pela legislação brasileira por não terem airbag e ABS.
“A ideia é contribuir para melhorar a mobilidade na cidade e reduzir a emissão de poluentes”, diz Silva. Segundo ele, cada carro compartilhado retira entre 6 e 20 veículos das ruas.
Valores a serem investidos, tamanho da frota e locais onde serão instaladas as estações de abastecimento de energia serão definidos no projeto a ser entregue pelo consócio.
Fábrica
A BYD, fabricante chinesa de veículos elétricos, inicia em julho em Campinas (SP) as operações de uma fábrica de baterias para veículos elétricos, painel solares e montagem de chassis de ônibus com peças inicialmente importadas. Em 2016, o grupo pretende passar a produzir os chassis integralmente no País, em uma nova fábrica, possivelmente no Rio de Janeiro.
“Poderemos também produzir automóveis, já que as baterias servem para os dois tipos de veículos”, informa Adalberto Maluf Filho, diretor de marketing e relações governamentais da BYD Brasil. Num eventual fornecimento de carros elétricos ao projeto carioca, a BYD inicialmente importaria os modelos e6 (para cinco passageiros) e e3 (compacto) dos Estados Unidos, informa Maluf. O grupo pretende investir US$ 400 milhões no Brasil até 2018.
Bruno Pereira, sócio da Radar PPP, diz que o projeto será voltado à integração dos modais de transporte existentes na cidade, como metrô, trens e barcas. A PwC fará a modelagem financeira e o escritório de advocacia a estruturação jurídica. A espanhola idon, especializada em arquitetura urbana, fará a montagem da PPP.
Pelo sistema de compartilhamento, o automóvel fica disponível em pontos preestabelecidos e o usuário pode alugá-lo por poucas horas e deixá-lo em qualquer um dos pontos. O serviço exige um cadastramento e toda a operação, inclusive abrir e fechar o automóvel é feita pelo smartphone.
A empresa DirijaJa, parceria da carioca Obvio! e da paranaense Wake Motors (que também têm planos de produzir carros elétricos) ficará responsável pelo desenvolvimento da plataforma de conectividade para fazer a integração entre os modais e o usuário do compartilhamento.
Cinco grupos participaram da concorrência aberta pela prefeitura do Rio de Janeiro por meio de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Entre eles estão a Serttel e o grupo formado por UFRJ, Itaipu e Mobiag. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Cleide Silva, da AE.

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