Setor de turismo retoma crescimento, mas viagens ficam mais curtas
Aumento do número de passageiros deve ficar entre 10% e 15% em 2017. Agências criam facilidades no pagamento para atrair mais consumidores.
As férias de verão de 2018 mostraram o início de uma recuperação do setor de turismo, no Brasil. Aumentou o número de brasileiros que deram um jeito de viajar.
O brasileiro não abre mão de viajar nas férias e os números mostram uma retomada do setor de turismo, mas as viagens ficaram mais curtas.
É tão longe, mas, em 12 vezes, fica bem mais perto. O parcelamento ajuda a assistente financeira Fabiana Felipe da Silva a ir descansar na praia e conhecer Fortaleza.
“Vou viajar durante nove dias. Também tem que pagar faculdade, tem as outras contas. Então, não daria para viajar os 30 dias”, conta.
Os operadores de turismo tiveram que se adaptar ao cenário da economia.
“Então a gente ter uma oferta que coubesse no bolso, um parcelamento em 12 vezes sem juros, que isso ajudou muito. Ter uma opção além do cartão de crédito, que é boleto, foi uma grande sacada, também ajuda muito a fazer com que esse consumidor não desista de viajar”, diz a gerente de vendas de viagens Viviane Piovarcsik.
Leandro e Ester vão para Foz do Iguaçu só quatro dias.
“Vale a pena. Você tirar o estresse, dar aquela relaxada, aquele descanso. É bem bacana”, afirma Leandro.
Assim como os outros setores da economia, o de turismo também foi obrigado a fazer um pouso forçado por causa da crise, mas foi um dos primeiros a decolar. Representantes do setor dizem que os brasileiros se acostumaram a viajar com mais frequência. Muitos, pela primeira vez, e gostaram. O que era supérfluo virou uma necessidade. Pelo menos uma vez por ano.
“A crise ainda existe, claro. Acho que é uma crise que a gente vem num recuperar lento, mas é um recuperar constante e o brasileiro colocou, dentro da sua agenda, dentro do seu planejamento anual, viagens como um item talvez não tão supérfluo mais”, diz a presidente da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo, Magda Nassar.
O número de passageiros vinha crescendo até 2014. Teve uma grande queda em 2015, mas começou a se recuperar em 2016. Os números de 2017 ainda não estão fechados, mas o crescimento deve ficar entre 10% e 15%.
A praia dos sonhos da analista comercial Angela Celeste Costa está bem na frente dela. Por enquanto, só na tela do computador. É Porto de Galinhas. Daqui a pouco, ela estará lá pessoalmente.
“Voltou de férias, já marca as próximas férias e já vai verificando alguma promoção, alguma coisa. Compra o aéreo, vai pagando parcelado e depois, mais para a frente, paga o hotel. Aí acaba cabendo no bolso. É só planejar que dá para viajar”, diz Angela.
Fonte: G1 Jornal Nacional | Edição do dia 22/01/2018 – 21h09