Na crise, economia colaborativa ganha destaque e adeptos
Modelo estimula o compartilhamento e a troca de produtos e serviços, além do consumo consciente
Foi em uma página de trocas no Facebook que o eletricista Allan Nogueira conheceu o piscicultor Rogério Souto Lima, que passaria quatro dias em Brasília e queria alugar um carro por um preço mais baixo que o cobrado pelas locadoras.
“Eu pesquisei o histórico dele na página e vi que já havia alugado outras vezes dessa forma, sem nenhum problema. Resolvi entrar em contato”, relata Allan.
Acabaram fazendo um acordo inusitado: o aluguel custaria a troca do óleo e do filtro do veículo.
“Ele estava sem dinheiro, como eu, mas eu tinha cartão de crédito. Valeu a pena”, conta Rogério.
O acordo exemplifica uma prática cada vez mais comum no mercado: a economia colaborativa. O modelo promove formas de consumo mais consciente, ao mesmo tempo em que ajuda as pessoas a ganhar e poupar dinheiro.
Há pessoas compram uma furadeira quando um furo na parede bastaria. Na economia colaborativa, os consumidores podem dar, trocar, emprestar, alugar e vender produtos e serviços, em negócio feito entre “o indivíduo que tem” e “o indivíduo que precisa”, sem recorrer a grandes corporações.
O modelo é aplicado em iniciativas que vão do empréstimo de roupas, apps de carona e cuidados com pets à compartilhamento de espaços de trabalho. E são populares as startups que servem de intermediários ao sistema, como Uber e Airbnb, sem falar nos apps de comida.
“Nosso papel é colocar o usuário que tem a demanda, os restaurantes que querem vender e o entregador, que precisa trabalhar, em linha. A gente entra com a tecnologia para que eles interajam”, comenta o diretor regional da Rappi no DF, Diogo Cordeiro.
Sustentabilidade
Esse compartilhamento está em compasso com o entendimento de que, diante de problemas sociais e ambientais que se agravam cada vez mais, a divisão deve substituir o acúmulo.
“Muitas vezes, compramos algo que nem precisamos. A economia colaborativa traz racionalidade. Não precisamos ter tudo, mas podemos usufruir em conjunto. Em um cenário de carestia e desemprego, nada mais sustentável”, explica o professor de Sociologia Marcio Requena.
Fonte: Destak Jornal