Aluguel de São Paulo se estabiliza, mas tendência é de queda

Após três meses de diminuições, o preço de novos contratos de aluguel residencial em São Paulo se estabilizou, com alta de 0,1% em fevereiro, na comparação com janeiro deste ano.
No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, o resultado representa uma queda de 2,88%, contra uma inflação de 12,1% no período.
“O aumento de fevereiro é bem reduzido, ocorre basicamente por oscilações do mercado. Não significa uma perspectiva de alta nos próximos meses”, diz Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP (sindicato do setor).
O aumento se deu principalmente nas regiões mais valorizadas da cidade, onde o proprietário consegue elevar um pouco o valor do aluguel sem perder a demanda, afirma Turnbull.
O resultado também foi puxado pelos apartamentos de dois e três dormitórios, cujos contratos ficaram, respectivamente, 0,3% e 0,5% mais caros.
Enquanto isso, o valor do aluguel em imóveis de um quarto caiu 0,4%.
A projeção para este ano é que os preços continuem em queda, com pequenas oscilações de crescimento.
Mesmo com a diminuição nos preços, Turnbull observa uma estabilidade no volume de contratos fechados.
“Os proprietários ficaram mais flexíveis, mas o mercado de locação tem uma demanda mais estável do que a de venda de imóveis. As pessoas até negociam o valor, mas não têm como deixar de pagar aluguel.”
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Serviço de quarto
A rede de hotéis Slaviero aumentará em 40% o número de unidades no Brasil nos próximos dois anos. A empresa tem 28 unidades e planeja abrir 11 empreendimentos até o fim de 2017- neste ano, serão quatro.
Os contratos para esses novos hotéis foram assinados há pelo menos três anos.
Oscilações econômicas já estavam previstas, diz o diretor-geral Eduardo Slaviero. “Os projetos hoteleiros têm prazos longos, de até 20 anos. As curvas de sazonalidade se encaixam nesses estudos.”
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Eduardo Slaviero, diretor-geral da rede hoteleira (Foto: Theo Marques/Folhapress)

Quando os acordos foram firmados, no entanto, ainda não havia uma ideia da dimensão da recessão deste momento, diz ele.
O prazo para alcançar o ponto de equilíbrio dos investimentos se alongou.
A rede projetava que teria um faturamento de R$ 200 milhões no ano passado, mas esse número fechou em R$ 165 milhões. “O segundo semestre costuma ser melhor do que o primeiro, mas isso não aconteceu.”
Em 2016, já se nota uma queda em relação ao movimento do ano passado, de 10% a 15%, de acordo com a praça, diz o sócio.
A empresa escolheu cidades que ela julga ter pouca oferta hoteleira como uma maneira de mitigar os efeitos da crise econômica.
1.400 são os funcionários da rede
R$ 165 milhões foi o faturamento da Slaviero no ano passado
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Envelhecimento precoce
As locadoras de veículos diminuíram as compras de novos carros no ano passado.
Foram 2,48 milhões de unidades, um quarto a menos do que em 2014. Como consequência, a frota envelheceu de 18 para 19,5 meses.
A principal responsável pela queda foi a demanda menor das empreiteiras, diz Paulo Nemer, presidente da Abla, a associação do setor. A entrada de novos clientes, como empresas de menor porte, não compensou a perda.
Mesmo assim, as locadoras têm parcela maior dos novos carros do país. Em 2015, 14% dos veículos vendidos foram para elas. “Nossa fatia aumentou, mas a pizza inteira diminuiu”, diz Nemer.
A tendência para 2016 é uma nova diminuição de compras e envelhecimento da frota. As montadoras reduziram a produção, e isso diminui os descontos geralmente dados às locadoras.
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Hora do Café
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

Fonte: Folha de São Paulo – Online

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