Desafio da Unidas para recuperar espaços de aluguel de carros
Desafio da Unidas para recuperar espaços de aluguel de carros. O plano da empresa prevê a abertura de lojas de aluguel de carros em regiões cujas unidades passaram para as mãos da Localiza, além de seguir ampliando a quantidade de carros, em um esforço para a renovação da frota.
Em junho do ano passado, a então Ouro Verde – atualmente Unidas – realizou uma transformação significativa. Anteriormente focada na locação e terceirização de automóveis, caminhões e equipamentos pesados, a empresa, controlada pela gestora canadense Brookfield, decidiu adentrar o mercado de aluguel de carros para pessoas físicas. Essa mudança foi efetivada por meio da aquisição de ativos da antiga Unidas, os quais o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estabeleceu a venda, para que aprovasse a operação de compra da antiga Unidas, pela Localiza.
Numa operação que totalizou R$ 3,6 bilhões, a Ouro Verde assumiu o nome Unidas e incorporou 49 mil veículos, 180 lojas de aluguel de carros e 20 pontos de venda de seminovos. A Localiza vendeu esses ativos para absorver a antiga Unidas, juntamente com uma equipe de quase 2 mil funcionários. Essa ação também resultou em mais que o dobro das receitas da Unidas, atingindo R$ 2,4 bilhões até setembro deste ano.
Após a integração dos ativos, a tarefa atual é reconquistar espaço no mercado de aluguel de carros, uma vez que a Localiza passou a deter mais de 60% de participação de mercado, após a aquisição da antiga Unidas. Cláudio Zattar, CEO da Unidas, destaca a necessidade de recuperar o market share perdido.
Planos para 2024
Para o ano de 2024, a Unidas planeja um investimento de R$ 5,8 bilhões, ligeiramente acima dos R$ 5,3 bilhões do ano corrente. O foco principal será nas áreas de gestão de frotas e de máquinas e equipamentos, mantendo o core business da empresa. O plano inclui a abertura de lojas de aluguel de carros em regiões antes pertencentes à Localiza. E, ao mesmo tempo, aumentar a frota para renovar os veículos.
Quanto à expansão, Zattar não especificou o número de lojas a serem abertas ou veículos a serem adquiridos em 2024. Mas, em suma, ressaltou a intenção de recuperar terreno perdido após a fusão com a Localiza. A empresa planeja também retomar operações em aeroportos não repassados, como Manaus, São Luiz e Florianópolis.
A Unidas busca fortalecer sua presença em mercados grandes, priorizando a região metropolitana de São Paulo e o Rio de Janeiro. Em relação à frota, o foco não é apenas na expansão, mas também na redução da idade média dos veículos, atualmente em 11,6 meses, para aproximadamente oito meses.
Zattar enfatiza que o crescimento será gradual, alinhado à disciplina financeira. E não está nos planos da empresa acelerar o ritmo para competir com grandes players do setor. A empresa mantém o compromisso com a rentabilidade, considerando a alavancagem financeira e o endividamento. No terceiro trimestre deste ano, a alavancagem da Unidas foi de 4,1 vezes, e a dívida líquida atingiu R$ 6,6 bilhões.
Enquanto desenvolve gradualmente a unidade de aluguel de carros, a Unidas continuará investindo na gestão de frotas, máquinas e equipamentos, áreas que já têm experiência e contratos de longa duração.
A empresa vislumbra resultados positivos nesses segmentos, que continuam a crescer, com planos de alocar recursos para veículos pesados. Também incluindo caminhões e retroescavadeiras, destacando a demanda gerada por projetos de infraestrutura. Em relação à gestão de frotas, a Unidas identifica uma demanda represada devido à escassez de carros durante a pandemia. E assim planeja concentrar investimentos nesse setor.
Desafio da Unidas para recuperar espaços de aluguel de carros