Muito além dos pedágios: Sem Parar quer se tornar startup de mobilidade

Sob nova direção, empresa aposta agora em oferecer seu serviços a drive-thrus, lava-rápidos, carros de locadora e condomínios, entre outros

Feriado, carro lotado, estradas cheias, trânsito, calor, estresse. E mais essa: pedágio. Foi por acabar com esse problema que o Sem Parar, empresa de tecnologia de pagamento automático, ficou conhecido e ganhou o Brasil nos últimos 20 anos. Hoje, os “fujões” das filas de pedágio são muitos. Ao todo, 5,5 milhões de clientes pelo país, o que representa 90% do mercado, de acordo com a empresa. Mas agora o Sem Parar quer mais. E fora das estradas. De um ano e meio para cá, a companhia reestruturou seu negócio, para entrar em outros mercados e invadir o dia a dia de quem mora nos centros urbanos. Passou a oferecer seu serviço a drive-thrus, lava-rápidos e condomínios comerciais, entre outros.

A guinada da empresa começou a ser planejada após a chegada do atual CEO Fernando Yunes, em março de 2018. Nesta quarta-feira (19/08), o executivo irá oficializar em evento da empresa o reposicionamento da marca. Com ele, o Sem Parar ganhará um novo escritório e terá seu logo repaginado.

Desde que Yunis assumiu o cargo, os números que marcam a evolução digital da companhia são expressivos:

  • estacionamentos cadastrados: 420 para 1300
  • drive-thrus da rede McDonald’s: de zero para 300
  • lava rápidos: de zero para 150
  • postos de gasolina: de 480 para 650
  • aparelho instalado em carros de aluguel da Movida: de zero para 54 mil

A empresa, que hoje pertence à multinacional norte-americana Fleetcor, está prestes a lançar outras novidades: uma nova versão do aplicativo Sem Parar, um plano exclusivo para clientes interessados nos serviços urbanos (abrangendo estacionamentos, postos de gasolina, drive-thrus e lava-rápido), um aparelho para motociclistas e uma parceria com a Nissan, que a partir de agora lançará todos os carros já com o Sem Parar instalado.

Depois de dez anos na Whirpool, onde chegou a ser vice-presidente, Yunes topou a missão de liderar a guinada para a inovação do Sem Parar. Logo que entrou, promoveu uma mudança na estrutura organizacional da empresa, dividindo um time de 850 pessoas em equipes multitarefa — os famosos “squads”.

Para liderá-las, contratou pessoas com experiência em tecnologia, varejo e serviços. Trouxe executivos do Magazine Luiza, Kroton Educacional, Nespresso, Vivo, Alelo Dasa. “Mapeamos as empresas líderes de segmento e fomos atrás de talentos. Esse foi um movimento muito importante para a nossa evolução”, afirma o CEO.

Foi em um desses squads que nasceram os projetos do novo aplicativo da empresa e uma  parceria com a Movida para oferecer o Sem Parar nos veículos da locadora. Em um mês, o serviço foi habilitado em 54 mil carros.

Outro fruto do trabalho no squads foi a solução desenvolvida para os drive-thrus do McDonald’s, por enquanto a única parceira da empresa na área. Em apenas três meses, um dos grupos da companhia teve a ideia, procurou o McDonald’s para trabalhar em conjunto, criou a tecnologia e a aplicou em três lojas para um piloto.

O resultado foi tão bom que as empresas levaram a solução para todos os drive-thrus de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo, totalizando 300 lojas. Segundo Yunes, Paulo Camargo, presidente do McDonald’s no Brasil, considerou inclusive levar a tecnologia para outros países. O CEO, entretanto, acredita que ainda não é hora de expandir o Sem Parar internacionalmente. “Quem sabe daqui uns dois anos?”, diz.

Independentemente da expansão, a expectativa é que mais novidades venham. “A máquina está montada e azeitada para os projetos serem acelerados.” A nova sede, que será inaugurada em novembro, é parte desse movimento. “Contratamos o escritório de arquitetura responsável pela sede do Nubank para ficar com ‘cara’ de startup, de empresa digital. Isso ajuda na transformação da cultura.”

Quanto a novos produtos, Yunes diz que o exercício é simples: onde há filas, o Sem Parar pode ser útil. “Antigamente, o nosso propósito era ser um meio de pagamento para motoristas em pedágios. Era algo bem pragmático. Agora a gente revisou. Queremos ser uma máquina de ganhar tempo para as pessoas”, diz.

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