UBS revisa recomendações e preços-alvos de ações de locadoras de veículos
O UBS revisou as recomendações e preços-alvos para as ações das empresas de locação de carro, argumentando que a pandemia do novo coronavírus (covid-19) vai alterar a dinâmica da receita no curto e médio prazo. A decisão também considera as atuais cotações dos papéis.
Os analistas Rogério Araújo, Andressa Varotto e Alberto Valerio afirmam que a doença está tendo diferentes efeitos na indústria. Enquanto a receita do segmento de aluguel de carros diminuiu quase que pela metade em abril, a receita da parte de gestão de frotas permaneceu estável.
A divisão de aluguel de veículos responde por cerca de 76% da receita da Localiza. No caso da Movida, ela é responsável por 72%, enquanto para a Unidas a parcela é de 44%. Considerando as atuais circunstâncias, a expectativa dos analistas do UBS é que a receita do segmento da Localiza recue 42%, seguido por uma queda de 35% na Movida e 23% na Unidas.
Este movimento foi uma das razões para que os analistas elevassem a recomendação para as ações da Unidas de neutro para compra, além de sua maior exposição ao mercado de gestão de frotas. Eles também avaliaram que as ações estão em bons patamares. O preço-alvo da Unidas foi o que sofreu o menor corte – de R$ 20,80 para R$ 19,00.
“Acreditamos que a redução de cerca de 31% do preço das ações da Unidas [desde fevereiro] foi exagerada, principalmente por conta da maior exposição à divisão de gestão de frotas, que deve sofrer menos por conta da covid-19”, diz trecho do relatório. “A companhia deve conseguir atravessar 2020 com um pouco mais de tranquilidade que seus pares, e acreditamos que ela sairá da crise relativamente fortalecida.”
A recomendação para a Localiza foi rebaixada de compra para neutro e o preço-alvo caiu de R$ 56,00 para R$ 46,00, com os analistas do UBS avaliando que sua maior dependência à divisão de aluguel de carros e o valor da empresa tornam os papéis um pouco menos atrativos, mesmo ela sendo a mais rentável do setor.
A recomendação para as ações da Movida permaneceu em neutro, mas o preço-alvo foi reduzido de R$ 19,20 para R$ 14,50. Segundo o UBS, a companhia também tem alta exposição ao segmento de aluguéis de carro. Eles destacaram ainda que a divisão de gestão de frotas apresenta a menor rentabilidade entre as companhias.