Hyundai vê demanda menor das locadoras
São Paulo – As vendas diretas da Hyundai para as locadoras de automóveis deverão cair de 30% a 35% no ano, segundo estimativas do seu vice-presidente comercial Angel Martinez. Mesmo com contratos recentes fechados com locadoras, a participação da chamada Venda PJ no primeiro semestre fechou em 17,5% do total de volume comercializado pela companhia no mercado brasileiro, ante 19% nos primeiros seis meses do ano passado.
O cenário foi complicado pela pandemia, mas a Hyundai ainda tem volume relevante de pedidos para entregar ao longo do segundo semestre. “No começo do ano nós definimos o volume máximo de vendas diretas, e fechamos alguns negócios com as locadoras. Eles foram mantidos durante a pandemia, como aconteceu com a Movida, nossa principal cliente nesse segmento. Agora o desafio é correr para produzir e entregar até dezembro”.
Segundo Martinez a Hyundai define em conjunto com a Abrahy, a associação que representa sua rede de concessionários, o volume que será dedicado ao segmento de vendas diretas durante o ano. Isso traz, de acordo com o vice-presidente, segurança para a rede, que sabe qual será o volume para o ano e não se preocupa com uma possível concorrência com as locadoras.
No caso da Movida, inclusive, há acordo para que os veículos Hyundai que completem um ano de uso sejam oferecidos primeiro às concessionárias da marca, que podem compra-los e revende-los no mercado de seminovos. “Cria um ecossistema saudável e que envolve a rede nesse negócio”.
Recentemente a Hyundai realizou a entrega de um lote de veículos para a Ouro Verde, e também entregou as primeiras unidades do SUV Creta para a Movida, a primeira locadora a contar com esse veículo em sua frota.
Segundo Martinez há uma mudança nas encomendas das locadoras: a busca, agora, é por mais versões de entrada, que visam atender um novo perfil de consumidor. “Esse novo perfil de cliente é formado por pessoas que utilizavam com frequência o transporte por aplicativo e agora procuram por um carro para alugar mensalmente com custo parecido. É um segmento que está crescendo nesse período de crise”.
Em paralelo aos negócios com as locadoras Martinez estuda de perto a rede. Desde o início da pandemia a Hyundai optou por não nomear nenhum novo concessionário – ao menos até dezembro. O período será usado para entender qual o impacto sobre o mercado e as perspectivas para os próximos anos.
O vice-presidente disse que a empresa possui 219 revendas, número considerado ideal para o atual momento do mercado: “O tamanho da nossa rede é praticamente o mesmo daquele de 2016, quando o mercado vendeu quase 2 milhões de veículos. Então, se houver a retração de 35% a 40% nas vendas de automóveis, como projetado, já estaremos adequados a nova realidade”.
Martinez também ressaltou o bom desempenho da Hyundai no primeiro semestre, quando conquistou a quarta colocação no ranking de vendas, ante a sétima posição que ocupava no mesmo período de 2019. Segundo o executivo foi graças ao bom desempenho da companhia durante os meses de pandemia, conseguindo fechar vendas remotas e online. De janeiro a junho a Hyundai vendeu 63,3 mil veículos e conquistou 8,3% do mercado.