Locadoras: novas possibilidades para democratizar os carros elétricos
Os veículos elétricos despertam o desejo dos consumidores e a atenção de todo o mercado ligado, de alguma forma, ao setor automobilístico.
Por muito tempo, o objetivo das famílias era comprar uma casa, um carro e uma linha de telefone fixo, mas esse cenário mudou completamente.
Não é novidade, que muitas pessoas passaram a alugar veículos por longos períodos, no formato “assinatura”, ao invés de dispor de uma grande quantia de dinheiro para adquirir um novo carro a combustão. A novidade é que, agora, o consumidor pode escolher entre veículos convencionais, ou seja, movidos a combustível fóssil e os eletrificados.
E essa experiência pode ser determinante, para que no futuro, esse consumidor queira manter o aluguel ou até mesmo investir na compra de um modelo elétrico.
Como o preço dos carros elétricos ainda são elevados, muito por influência do custo das baterias e da tecnologia embarcada, por que não usar a mesma lógica de optar pela propriedade temporária? Algumas locadoras viram um “filão de mercado” e já oferecem em seu portfólio os veículos elétricos. Esse processo teve início no aluguel de frotas. As empresas que começaram a usar os veículos BYD alugavam esses modelos. Não demorou muito para ver o movimento das locadoras.
A Movida, por exemplo, passou a disponibilizar os primeiros modelos de automóvel elétrico – o Nissan Leaf – nas unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em seguida, com o sucesso, passou a ofertar os veículos para outras capitais e regiões metropolitanas. A partir daí, vieram a Unidas e a Localiza, que trouxeram modelos como: Renault Zoe, Chevrolet Bolt e BMW i3.
Esse movimento já mexeu até em quem só pensava em vender, ou seja, as próprias montadoras. A Renault criou o “Mobilize e On Demand”, já o grupo FCA lançou o “Flua” e a Caoa Chery iCar passou a integrar o portfólio de veículos de locação da Caoa Locadora, inclusive para assinatura.
Outro mercado muito atento a essa movimentação é o de transporte por aplicativo, que deve liderar o mercado de carros elétricos no Brasil.
Um levantamento da McKinsey sobre o futuro do segmento mostrou que até 85% da frota de veículos por aplicativo devem ser elétricos até 2040, percentual quatro vezes maior que o calculado para os carros de uso pessoal, estimado em 21%. Hoje, uma grande parcela dos motoristas de aplicativo prefere alugar os veículos que utilizam para trabalhar.
E vai valer a pena? Para quem faz uso intenso do carro, como é o caso dos motoristas de aplicativo, a pesquisa afirma que o Custo Total de Propriedade (TCO) do veículo elétrico deve se tornar equivalente ao do automóvel a combustão, antes daqueles que utilizam o carro de forma particular. Analisando os veículos de entrada, por exemplo, com preços abaixo de R$ 200 mil, essa equivalência deve ocorrer já em 2023 para quem roda mais de 150 quilômetros por dia. Para aqueles que dirigem cerca de 30 quilômetros por dia, somente em 2030.
Outros formatos também coexistem em harmonia com os planos de assinatura. Algumas empresas trouxeram o serviço de Carsharing, locação de veículos por hora ou até mesmo por minuto. Uma das empresas pioneiras que adotou esse serviço para veículos elétricos foi a Urbano – atualmente chamada de Ucorp – com alguns BMW i3. Em seguida surgiram outras companhias atuando no segmento, como a Beepbeep, Vamo, ItaúVec e, mais recentemente, o Flou com os novos Peugeot e2008.
Além dos veículos leves, o mercado de gestão e terceirização de frotas de caminhões também vem eletrificando seus pátios.
Recentemente, a Ouro Verde, companhia com 48 anos de mercado e controlada pela Brookfield, anunciou a aquisição de 100 unidades de caminhões elétricos, as primeiras unidades disponíveis são JAC Motors iEV1200T.
Porém, para que toda essa movimentação seja uma experiência positiva e que impulsione ainda mais o setor de veículos elétricos, é necessário ampliar ainda mais a rede de pontos de recarga e eletropostos. Diferentemente dos carros utilizados de forma particular, que em sua grande maioria são recarregados no período noturno, em casa, os modelos utilizados por aplicativos de transporte precisam recarregar as baterias na rua, ao longo do dia.
Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a rede pública de recarga saltou de 1 mil (2021), para 2,8 mil (2022). No Brasil, estima-se que exista um posto de recarga para cada 14 carros. Já nos Estados Unidos, existe um posto para cada 8 veículos.
Fonte: tecmundo.com.br
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