Stellantis quer alavancar vendas de Peugeot e Citroën
Objetivos anunciados semana passada por Antônio Filosa, CEO da Stellantis no Brasil, são ousados. Em dois anos retornar aos 5% de participação que as duas marcas francesas já tiveram no mercado (hoje, menos de 2%).
Uma das estratégias, embora não declarasse formalmente, é colocar os motores aspirados e turbos GSE (em inglês, Motores Pequenos Globais), antes batizados de Firefly, nos modelos Peugeot e Citroën.
Sabe-se, contudo, que ações nesse sentido já foram iniciadas. O prazo para isso é de 18 meses, a partir da decisão, certamente tomada no começo do ano.
A adoção de motores turbo flex mais modernos de 1 litro de cilindrada e que podem se beneficiar de alíquotas menores de IPI (7% contra 11% ou 13% de motores entre 1 e 2 litros) tornarão mais competitivos em preço os modelos das duas marcas francesas.
Também o motor atual 1,6 L turbo, hoje importado da França, será substituído pelo GSE de 1,3 L que entrega potência maior (185 cv/etanol) e é fabricado a custos menores em Betim (MG).
Filosa admitiu que em algumas cidades uma mesma concessionária poderá vender, se for rentável, até as quatro marcas do grupo, apesar de reconhecer o posicionamento diferenciado da Jeep.
Essa sinergia aumentará a capilaridade da rede, tanto de vendas quanto de assistência técnica, pois haverá uma única oficina para atender no mínimo três marcas.
A empresa avalia investimentos em conteúdo local. Embora a dependência atual seja grande em semicondutores concentrados no Sudeste asiático, há outros itens por desenvolver com fornecedores locais.
Até o momento o grupo conseguiu administrar com poucas paradas as fábricas de Betim (MG) e Goiana (PE). Filosa prevê dificuldades com recebimento inconstante de componentes neste segundo trimestre e só no final do ano haverá estabilidade no suprimento de autopeças.
Fonte: MSN