Teste comparativo: Fiat Argo e Chevrolet Onix 1.0 lideram as vendas, mas qual é o melhor?
Ser o líder não é fácil, não interessa se você está no Big Brother ou no Campeonato Brasileiro. Manter a liderança é duro — logo aparecem rivais capazes de deixá-lo no chão com um lance de oportunidade. Estou falando de você, Fiat Argo.
O modelo da Stellantis tornou-se o mais vendido nos últimos meses, mas foi quase uma vitória por W.O., uma vez que o Chevrolet Onix teve a produção interrompida. É a crise dos semicondutores tentando interferir no resultado.
O Argo básico fica muito próximo do Onix LT, e o Drive encarece demais a conta — Foto: Renato Durães
Somente em junho o Argo vendeu 9.382 unidades, enquanto o adversário desapareceu do top 20 e emplacou 2.532 carros. O próprio Hyundai HB20 o ultrapassou e assumiu a liderança no primeiro semestre. É como se ele fosse um carro de F1 que liderou a prova inteira e, a poucos metros da linha de chegada, quebrou.
Foi inevitável reunir os dois rivais para fazermos um comparativo que não vale a liderança, mas pode garantir um troféu de melhor participante. Por pouco o Onix não apareceu para a disputa. A Chevrolet não tem o modelo da sua frota e, se não fosse pela Localiza, uma das principais locadoras de carros do Brasil, teríamos ficado sem o carro. Tive que falar um “oi, sumido” para o hatch quando nos encontramos.
O Argo leva a pior em desempenho mesmo tendo um pouco mais de torque em baixa rotação — Foto: Renato Durães
O Argo foi emprestado nos conformes pela Fiat e pôde provar se merece a liderança também da crítica. No mercado ele já está bem na fita. Claro que não poderia ser tão fácil. O Argo emprestado é o basicão, de R$ 63.390. É concorrente direto do Chevrolet básico, de R$ 64.080, e o modelo da locadora é o LT, de R$ 66.250. Ponto para o Fiat… peraí.
O compacto “italiano” mais barato traz itens como ar-condicionado, direção, vidros e travas elétricos e chave canivete com telecomando. Há alguns anos, isso faria qualquer dono de popular se sentir barão, mas em 2021 não enche os olhos. Não há rádio ou multimídia, o que deixa um vazio existencial. Mesmo o Onix básico tem rádio. Só a versão Drive, de R$ 69.090, vem com multimídia Connect de 7 polegadas, uma a menos que o MyLink.
O Argo só perde na dinâmica por causa das rodas e dos pneus mais estreitos, o que se resolve com os opcionais — Foto: Renato Durães
Ambos têm alavancas para regular a altura do banco do motorista. Entretanto, ajustes do volante não estão disponíveis nas versões, o que atrapalha um pouco a ergonomia.
A ausência do rádio dá uma impactada e tanto no visual, mas esse é um Argo mais para frotistas — Foto: Renato Durães
Seria uma derrota completa nesse ponto, porém o Fiat tem seis alto-falantes (dois dianteiros, dois traseiros e dois tweeters), contra apenas os dianteiros e tweeters do Chevrolet, o que desbalanceia o som e me faz lembrar meu antigo walkmen. É algo que não combina.
A ausência do rádio e comandos adicionais sob as saídas de ar deixam claro que este Argo é o mais “pelado” da gama — Foto: Renato Durães
No entanto, o Onix compensa com praticidades como todos os vidros elétricos de um–toque (o Fiat tem manivelas atrás) e controle de cruzeiro. Somado a isso, conta com um interessante pacote opcional de R$ 2.530, que inclui acendimento automático dos faróis, câmera de ré (com linhas de baliza dinâmicas), entrada e partida sem chave e rodas de liga leve aro 15. Com isso, o preço vai a R$ 68.780 — ainda abaixo do Argo Drive básico.
Bancos tem estofamento simples, mas o assento do motorista inclui ajuste de altura — Foto: Renato Durães
É possível resolver parte da simplicidade do Fiat com seus três opcionais: controle de estabilidade com hill holder (R$ 770), kit de retrovisores elétricos e vidros traseiros de um-toque (R$ 2.419) e rodas aro 15 com pneus 185/65 (R$ 1.190) — os dois últimos são muito caros para o que oferecem.
Fonte: AutoEsporte