Especial: Locadoras avançam na renovação de frota, mas condições são desfavoráveis

As locadoras estão avançando na renovação de frota, com projeção de crescimento expressivo das compras de veículos em 2023, após inúmeras dificuldades enfrentadas na pandemia.

 

No entanto, as empresas devem continuar amargando preços altos, pouco desconto e taxas de juros elevadas, o que pressiona a capacidade de investimento em um setor naturalmente intensivo em capital.

Segundo projeção da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), o setor deve comprar de 600 mil a 700 mil carros em 2023. No fechamento deste ano, as empresas devem alcançar aquisição de aproximadamente 575 mil veículos. “Em 2023, a produção das montadoras vai estar mais normalizada e com isso a oferta vai aumentar, facilitando as compras das locadoras. O mercado de locação tem tendência de crescimento”, afirmou o conselheiro gestor da entidade, Paulo Miguel Jr., em entrevista ao Broadcast.

Porém, conforme o dirigente, esse desempenho deve vir acompanhado de condições desfavoráveis. “O preço público do carro não caiu e não vai cair. O que pode acontecer é o nível de descontos voltar aos patamares históricos. Melhorou um pouco em relação a alguns meses atrás, mas ainda longe do necessário”, observou. De acordo com Paulo Miguel Jr., os descontos estão oscilando muito atualmente, ficando na faixa entre 6% e 10%. Historicamente, chegavam a até 15%, acrescentou.

A idade média da frota do setor também segue elevada. Hoje, está em torno de 27 meses e já chegou a 30 neste ano.

“O ideal é o setor voltar à idade média do pré-pandemia, em torno de 15 meses”, disse ele.

As empresas de locação encerraram outubro com frota total de 1,3 milhão de unidades, aumento de 20,8% sobre o resultado verificado em dezembro de 2021, segundo a ABLA. O setor atingiu 14 mil locadoras ativas, alta de 25,7% em relação ao patamar de 2020.

Mix de oferta

Na visão do presidente da ABLA, Marco Aurélio Nazaré, apesar da melhora do cenário, ainda há desafios acerca da oferta de carros pelas montadoras. “Ainda vemos problemas na produção da indústria, principalmente de modelos de entrada, cuja demanda é maior”, disse o dirigente a jornalistas na manhã desta terça-feira.

Por outro lado, ele apontou que os prazos de atendimento dos pedidos das locadoras melhoraram. No auge da pandemia, chegaram a mais de 180 dias. “Já voltamos a receber veículos com prazo inferior a 30 dias”, disse Nazaré.

Apesar da retomada do ritmo de entregas, o dirigente salientou que o custo do capital pressiona as empresas do setor. “O custo do capital é extremamente alto, de 18% a 20% ao ano, e extrapola toda capacidade de geração de resultado por parte dos negócios de maneira geral. Crescer será extremamente custoso no próximo ano.”

Fonte: institucional.ae.com.br

As locadoras estão avançando na renovação de frota.

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