Novembro teve aquecimento nas vendas de veículos
O setor de locação segue como o maior cliente das montadoras, responsável por absorver 8,35% das vendas da indústria automobilística em todo o ano passado, conforme os números mais recentes apurados pela ABLA. Conforme a ABLA, os modelos populares ainda são a maioria da frota do setor. De 2012 para 2013, houve aumento da participação de veículos econômicos (de 53% para 58%) e compactos (de 16% para 18%), e queda na proporção de veículos de luxo (de 10% para 6%) e de utilitários e vans (de 17% para 13%). A categoria Premium, que engloba os SUVs, ficou estável (variou de 4% para 5%).
Mesmo com o setor de locação mantendo suas demandas em alta, especificamente o mês de novembro não deve confirmar as expectativas mais otimistas de melhor resultado do ano, conforme informações apuradas pelo jornal Valor Econômico. Houve, porém, neste mês um aquecimento no comércio de veículos que tem permitido às montadoras ao menos suavizar os resultados de 2014. A queda das vendas no acumulado desde janeiro, que estava em 8,9% no fechamento de outubro, caiu para perto de 8% neste mês. Até agosto, a variação negativa estava em 9,7%, mas, desde então, vem sendo reduzida com a reação, ainda que tímida, da demanda.
Números preliminares mostram que, na média por dia útil, as concessionárias estão entregando neste mês mil carros a mais do que em outubro. O setor também se aproximou do ritmo registrado em novembro de 2013. O mercado está girando 13,5 mil automóveis por dia, no melhor desempenho desde abril – quando a média passou de 14 mil unidades – e quase no mesmo nível do volume médio diário de um ano atrás: de 13,6 mil carros de passeio e utilitários leves.
Até quarta-feira, a dois dias do fechamento do mês, as vendas de novembro superavam outubro em 8,2%. Mas essa diferença não estará expressa no resultado final deste mês porque novembro tem um calendário comercialmente mais curto, com três dias a menos de venda. Por isso, apesar da melhora no ritmo diário, a tendência é que a vantagem em relação ao mês anterior seja anulada e novembro feche um pouco abaixo dos 291,8 mil carros licenciados durante outubro – ou 306,9 mil unidades, se incluído na conta o volume de caminhões e ônibus.
Entre carros de passeio e veículos comerciais, as vendas de novembro já somam 255,8 mil unidades. Com adição dos licenciamentos dos dois últimos dias úteis do mês, quando os volumes tradicionalmente sobem, esse número tende a avançar para a faixa de 290 mil a 300 mil, ainda abaixo das 302,9 mil unidades de novembro do ano passado.
Isso contraria expectativas feitas por alguns analistas de que o mercado poderia ter novamente crescimento na comparação anual, o que não acontece desde fevereiro. Da mesma forma, não confirma previsões de que novembro teria o maior volume de 2014. Além de outubro, o mês caminha para fechar atrás de janeiro – até agora, o maior resultado, com 312,6 mil veículos emplacados.
Contudo, ao encurtar a distância em relação a igual mês de 2013, o desempenho de novembro aliviou a baixa do consumo no acumulado do ano. Segundo números preliminares, a queda das vendas acumuladas desde janeiro está nesse momento em 7,9%.
Mas para analistas esse índice não deve melhorar muito além disso. No mês que vem, o mercado tende a ficar ainda mais aquecido com o impulso da chegada do décimo terceiro salário. Mas, por outro lado, seus resultados serão confrontados com uma base de comparação dificilmente superável. Os quase 354 mil veículos emplacados no último mês de 2013 foram o melhor resultado da indústria no ano passado. Para chegar o mais próximo possível desse volume, o setor aposta na corrida às lojas por consumidores que não querem correr o risco de aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de janeiro.
fonte: Valor Econômico e ABLA