Carregadores de carros elétricos podem levar a apagão geral. Será?

A eletrificação automotiva deixou de ser algo para o futuro, para se tornar algo do cotidiano.As montadoras estão com planos de eletrificação de frota e Governos estão se preparando para a nova realidade. No entanto, o tema abrange mais do que os carros. Os carregadores para VE’s também devem entrar na equação. Carregadores de carros elétricos possuem falhas importantes no quesito segurança, apontam especialistas

Segundo o Canaltech, os carregadores de carros elétricos seguem a tendência de outros produtos do cotidiano. A de se digitalizar e usar conexões com a internet para oferecer recursos.No entanto, enquanto pode trazer mais conveniência para os usuários, essa transição também vem acompanhada por sérios riscos de segurança, conforme mostra um estudo da Pen Test Partners.

Os pesquisadores do estudo mostraram o resultado das análises de seis sistemas de carregamento. Tanto para ambientes pessoais quanto para ambientes públicos.

O Canaltec ainda informa que partir da análise, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a grande maioria dos aparelhos de recarga possui falhas de segurança. Essas, permitem desde o controle remoto de suas funções até a invasão de outros dispositivos que compartilham a mesma rede. Os problemas consistem em ligar e desligar os carregadores remotamente. E a inserção de backdoors que podem comprometer qualquer dispositivo conectado aos carregadores. Segundo a Pen Test Partners, as falhas de segurança surgem como consequência da tentativa de fabricantes de cortar custos de fabricação.

 “Amamos o Pi, mas, em nossa opinião, ele não é adequado para uso comercial em dispositivos públicos, já que é muito difícil protegê-lo totalmente contra a restauração de dados armazenados”, afirmam os envolvidos com o estudo.

O problema se agrava com a possibilidade de apagões elétricos

A pesquisa também exibe questões ligadas à sobrecarga elétrica. Segundo a Pen Test Partners, as brechas de segurança encontradas colocam em risco a malha energética dos países em que carros elétricos já são amplamente adotados.

Dessa forma,  o Canaltech finaliza que ao ligar e desligar uma grande quantidade de carregadores de uma única vez, é possível criar uma “arma cibernética”. O que pode gerar cortes no fornecimento de energia em regiões pré-determinadas por um ataque, por exemplo.

Os pesquisadores afirmam que, na corrida para estabelecer o mercado de veículos elétricos, houve uma série de compromissos de segurança nas APIs usadas. Bem como escolhas problemáticas de hardware.

“Esperamos que essa pesquisa vá encorajar fabricantes e reguladores a garantir que a segurança é levada mais a sério”, concluem.

62% da frota brasileira pode ser de carros elétricos em 2035

De acordo com estudos realizados pela Agencia Nacional de Fabricantes e Veículos Automotores, a ANFAVEA, em 2035 teremos 62% dos veículos brasileiros elétricos. Consumirão apenas 1,5% do volume nacional de energia.

Com base nos dados acima, o sócio fundador da Elev, Rodrigo Aguiar, publicou um artigo. Afirma que o aumento da frota elétrica não é um risco ao sistema energético brasileiro. Mas um grande potencial, que deve ser explorado.

“Os carros elétricos não são um problema para o sistema energético brasileiro. Acontece que, como especialista na área, afirmo que ao menos 15% de toda a energia elétrica consumida no país é desperdiçada. Seja em equipamentos obsoletos, seja em processos produtivos equivocados.”, explica Rodrigo após análise do estudo divulgado Anfavea.

“Isso representa a cada ano, dez vezes mais do que os veículos elétricos vão consumir. E o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf) continua andando devagar. O que faz o Brasil andar na contramão do resto do mundo”, completa.

 

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