Carregadores de carros elétricos podem levar a apagão geral. Será?
Os pesquisadores do estudo mostraram o resultado das análises de seis sistemas de carregamento. Tanto para ambientes pessoais quanto para ambientes públicos.
O Canaltec ainda informa que partir da análise, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a grande maioria dos aparelhos de recarga possui falhas de segurança. Essas, permitem desde o controle remoto de suas funções até a invasão de outros dispositivos que compartilham a mesma rede. Os problemas consistem em ligar e desligar os carregadores remotamente. E a inserção de backdoors que podem comprometer qualquer dispositivo conectado aos carregadores. Segundo a Pen Test Partners, as falhas de segurança surgem como consequência da tentativa de fabricantes de cortar custos de fabricação.
“Amamos o Pi, mas, em nossa opinião, ele não é adequado para uso comercial em dispositivos públicos, já que é muito difícil protegê-lo totalmente contra a restauração de dados armazenados”, afirmam os envolvidos com o estudo.
O problema se agrava com a possibilidade de apagões elétricos
A pesquisa também exibe questões ligadas à sobrecarga elétrica. Segundo a Pen Test Partners, as brechas de segurança encontradas colocam em risco a malha energética dos países em que carros elétricos já são amplamente adotados.
Dessa forma, o Canaltech finaliza que ao ligar e desligar uma grande quantidade de carregadores de uma única vez, é possível criar uma “arma cibernética”. O que pode gerar cortes no fornecimento de energia em regiões pré-determinadas por um ataque, por exemplo.
Os pesquisadores afirmam que, na corrida para estabelecer o mercado de veículos elétricos, houve uma série de compromissos de segurança nas APIs usadas. Bem como escolhas problemáticas de hardware.
“Esperamos que essa pesquisa vá encorajar fabricantes e reguladores a garantir que a segurança é levada mais a sério”, concluem.
62% da frota brasileira pode ser de carros elétricos em 2035
De acordo com estudos realizados pela Agencia Nacional de Fabricantes e Veículos Automotores, a ANFAVEA, em 2035 teremos 62% dos veículos brasileiros elétricos. Consumirão apenas 1,5% do volume nacional de energia.
Com base nos dados acima, o sócio fundador da Elev, Rodrigo Aguiar, publicou um artigo. Afirma que o aumento da frota elétrica não é um risco ao sistema energético brasileiro. Mas um grande potencial, que deve ser explorado.
“Os carros elétricos não são um problema para o sistema energético brasileiro. Acontece que, como especialista na área, afirmo que ao menos 15% de toda a energia elétrica consumida no país é desperdiçada. Seja em equipamentos obsoletos, seja em processos produtivos equivocados.”, explica Rodrigo após análise do estudo divulgado Anfavea.
“Isso representa a cada ano, dez vezes mais do que os veículos elétricos vão consumir. E o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf) continua andando devagar. O que faz o Brasil andar na contramão do resto do mundo”, completa.