Conheça cinco sintomas que podem indicar um carro doente
Muitas vezes a rotina do dia a dia tira a atenção do motorista para indícios bastante comuns, que quase sempre indicam necessidade de manutenção do automóvel. Alguns desses sintomas aumentam de intensidade de acordo com a gravidade do problema; outros não mudam e podem até ser intermitentes. Mas o fato é que todos eles precisam de verificação — a falta de revisão pode causar dor de cabeça em algum momento.
UOL Carros lista cinco exemplos extremamente comuns. As recomendações e dicas citadas em cada caso são de Gerson Burin, Coordenador Técnico do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária):
1. RUÍDO AGUDO DA PASTILHA DE FREIO: incomoda e aumenta de acordo com o uso
Aquele barulho fininho e irritante que aumenta progressivamente enquanto você freia pode indicar um desgaste excessivo das pastilhas de freio, que precisam ser trocadas para evitar danos aos discos — caso isso ocorra, um ruído metálico originado pela atuação da pinça de freio diretamente no disco é o próximo sinal, situação que pode ocasionar até mesmo falhas no sistema.
Apesar disso, é importante ressaltar que alguns tipos de pastilhas, inclusive novas, podem chiar mesmo sem haver desgaste. “Em alguns casos, existe a necessidade de aparar as arestas da pastilha com lixa, eliminando cantos vivos, os responsáveis pelo ruído”, explica Burin. O mais correto é sempre procurar assitência mecânica na rede autorizada da fabricante quando o barulho se tornar mais comum e/ou intenso.
2. LUZ DA INJEÇÃO ACESA: pode indicar bicos sujos ou até combustível adulterado
Alguns carros ficam constantemente com a luz piloto da injeção eletrônica acesa — saiba o significado dessa e de outras indicações em nossa reportagem especial. Trata-se de algum alerta sobre algum parâmetro fora dos limites no funcionamento do sistema de injeção. Apesar de não ser um problema relativamente grave, essa luz não deve permanecer acesa por muito tempo.
Entre as maiores causas, estão combustível adulterado, falhas nos sensores ou até mesmo sujeira nos bicos injetores. Recomenda-se fazer uma leitura do sistema com a utilização de um scanner específico. A falha ainda pode ser na própria programação eletrônica da injeção, embora esta chance seja bem mais remota.
3. RADIADOR FREQUENTEMENTE EM AÇÃO: falta água… ou o motor esquentou demais
Muitas vezes o motor aquece mais do que o necessário e a ventoinha do radiador precisa funcionar a todo vapor. Para isso, ela depende da água do reservatório, o “líquido de arrefecimento”. O problema acontece porque esse tanque pode não estar com a quantidade de água suficiente para resfriar o motor, fazendo com que o sistema comece entrar em ação repetidamente, sem sucesso. Além da falta de água, a não circulação correta do fluído pode acontecer em função de problemas na bomba-d’água e/ou na válvula termostática, mas é mais comum que haja vazamentos quando há falha nas mangueiras, rachaduras no próprio tanque (comum em carros mais velhos) ou até um erro de vedação na tampa do compartimento. Até mesmo o sensor de identificação de temperatura pode comprometer o resfriamento.
Caso o volume da água esteja normal e o exaustor insista em continuar funcionando exageradamente, é altamente recomendado levar (ou até mesmo guinchar) o carro a um mecânico, pois superaquecimento pode fazer com que o motor chegue à fundir.
4. MAU-CHEIRO DO AR-CONDICIONADO: está na hora de trocar o filtro
Com a regularidade com que o brasileiro utiliza o ar-condicionado, principalmente em cidades mais quentes, é comum um mau-cheiro invadir o interior do carro depois de algum tempo de uso — este odor desaparece após alguns segundos, assim que os ocupantes “se acostumam”. “O causador do odor pode ser o acúmulo de pó nos dutos internos de ventilação ou a saturação do filtro anti-pólen, que tem função de filtrar impurezas do ar captado pelo veículo”, avisa Burin.
Recomenda-se trocar o filtro em toda revisão realizada na concessionária, pois seu custo de substituição é relativamente baixo, e fazer serviços especializados de higienização (em muitos deles os dutos são até desmontados para a limpeza).
5. VOLANTE TORTO: pneus desalinhados ou falha na própria caixa de direção
Quando o volante estiver torto ou puxando para um dos lados, mesmo que o carro rode em linha reta, há algum erro no alinhamento das rodas ou na geometria das suspensões, que podem ser ocasionados por buracos ou outros impactos. O problema também pode ser na caixa de direção devido a alguma batida mais grave.
Em qualquer dos casos, é recomendado procurar auxílio técnico de concessionárias ou centros automotivos especializados em suspensão, pneus e rodas. “Serão verificados os terminais de direção, buchas de bandejas da suspensão, batentes e a fixação do conjunto na carroceria, além da conferência dos ângulos de alinhamento do veículo”, revela Burin, especialista técnico do Cesvi.
Por André Deliberato, do UOL.