Azul investe US$ 1 bilhão em carros voadores
A Azul Airlines está expandindo seus horizontes. A empresa fez parceria estratégica com a fabricante alemã de “carros voadores” Lilium para trazer aviões elétricos ao país. A empresa brasileira vai encomendar 220 aeronaves eVTOL da Lilium, em um investimento projetado de cerca de US $ 1 bilhão.
Segundo o presidente da Azul, John Rodgerson, a ideia é criar um novo segmento dentro da empresa, para voos mais curtos. Esta aeronave tem um alcance de vôo de 240 quilômetros e pode voar seis passageiros mais o piloto. Com essa rede potencial, a empresa pretende conectar grandes centros econômicos, regiões metropolitanas, cidades turísticas, condomínios residenciais e aeroportos.
“Pode ser o ‘Uber dos céus’. Como essa aeronave pode decolar verticalmente, como um helicóptero, podemos usar pequenos aeroportos ou mesmo helipontos instalados nas grandes cidades”, disse o executivo.
Entre as rotas que a Azul está considerando operar com essas aeronaves estão Campinas a Santos, Campinas a Campos de Jordão, São Paulo a São José dos Campos, Rio de Janeiro a Búzios. “Essas aeronaves devem ser certificadas ao longo de 2024 para que possamos começar a operar em 2025. Já estamos conversando com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para a elaboração das regras de operação desses ‘carros voadores’”.
Segundo ele, esse avião elétrico tem 36 motores e pode ser recarregado em até 30 minutos.
“Vamos instalar estruturas de cobrança em alguns helipontos, pequenos aeroportos que devemos operar”, disse.
O Sr. Rodgerson destacou que esta parceria reforça ainda mais os compromissos ESG da empresa, ao alavancar o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio de um modelo de aeronave 100% elétrica, com emissão zero de carbono. “A inovação está no DNA da Azul e este projeto reforça nosso compromisso com a emissão zero de carbono até 2045. Estamos entrando em um novo negócio e essa tecnologia é o futuro”, afirmou.
Rodgerson também disse que a Azul analisou outros “carros voadores”, incluindo o que a Embraer está desenvolvendo. A escolha do avião Lilium, segundo ele, se deu pelo seu maior alcance de vôo e por se tratar de uma aeronave maior. “O Brasil é um dos maiores mercados do mundo para helicópteros e acreditamos que esse projeto pode revolucionar esse segmento e a mobilidade no Brasil nos próximos anos”, afirmou.
De acordo com Rodgerson, a expectativa é de que Lilium abra o capital na Nasdaq para financiar este projeto.
“Teremos a oportunidade de participar do crescimento da empresa nos próximos meses. Essa é uma parceria estratégica e, em alguns anos, podemos criar um modelo de negócio conjunto para a empresa no Brasil, incluindo a venda dessas aeronaves no mercado brasileiro ”, disse o executivo. É mais do que um simples pedido ”, afirmou.
Fundada em 2015, a sede e as instalações de manufatura da Lilium estão em Munique, com equipes baseadas na Europa e nos Estados Unidos
“A Azul é a única companhia aérea parceira do fabricante. Como temos feito no Brasil desde a nossa fundação, esperamos criar um mercado totalmente inovador nos próximos anos”, disse o Sr. Rodgerson. A Lilium também fechou parceria com a fabricante de baterias Customcells, para ser a fornecedora de baterias de íon-lítio para aeronaves.
Fonte: O Petróleo