Abla estima reaquecimento acelerado do setor de locação após pandemia
A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) promoveu, na tarde a última terça (5), uma live no Youtube, a fim de debater impactos e possíveis cenários pós-pandemia da covid-19. A transmissão contou com a presença de Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio SP, e Paulo Miguel Jr., presidente do Conselho da ABLA.
Dietze declarou que o mercado de locação de veículo passou por uma clara evolução nos últimos anos, principalmente a partir de 2015. “Vimos uma investimento maior das empresas, que se preocuparam com a profissionalização que havia em outros destinos. Desta forma, foi possível adaptar a uma nova economia”, declara o representante da Fecomercio SP.
Essa evolução é abordada por Dietze para mostrar como o setor vem agindo em momento de transformação, cenário que se repete agora com a pandemia. Contudo, reconhece que, para isso, medidas provisórias que, em tese, deveriam auxiliar os empresários, ainda são difíceis para as empresas que necessitam.
“A falta de garantia não está permitindo que essas micro e pequenas empresas conquistem crédito, por exemplo. Tem a MP 936 e 927 sobre a redução de carga horária e salário e o complemento com seguro-desemprego. Ajudam em algumas coisas, mas a linha de crédito é uma necessidade e está sendo um trabalho fazer com que essa renda chegue à ponta. A previsão era um caixa para 23 dias de quarentena. Já são mais de 40 dias. Boa parte das empresas já quebraram e a busca de crédito não está sendo facilitada.”
Miguel Junior também reforçou que a postergação de pagamentos de tributos também foi uma saída de alívio para as empresas. Contudo, o assessor econômico destaca que isso não basta. “As pequenas e médias empresas representam 95% do montante do Brasil. A partir da previsão de que essa quarentena se estenda, o comércio não terá caixa e, sem crédito, não adianta fazer muito malabarismo”, complementa.
O presidente do Conselho da Abla afirmou que hoje, o segmento de locação está quase estagnado, visto que a maior movimentação de Rent a Car (RAC) ocorre nos aeroportos. Pensando nisso, ele questiona possíveis previsões do mercado a Dietze, que ressalta que uma previsão de retomada para o período entre julho e agosto é algo muito otimista. No entanto, prevê uma fatores que podem auxiliar no impulsionamento do mercado.
“Após a pandemia, as pessoas vão evitar viagens longas, ficar em destinos domésticos, principalmente com o dólar chegando a uma R$ 5,5. No entanto, não podemos esquecer de outras capilaridades. Estamos vendo as companhias conectando somente as principais capitais e deve haver um grande trabalha para voltarmos ao fluxo em que estávamos. Estamos no meio de um furacão e vamos precisar esperar toda a poeira abaixar”, observa o economista, que também prevê um aumento de 11% para 20% no desemprego.
Miguel Jr. ainda acredita no reaquecimento mais acelerado por parte das empresas de locação, também motivada pelo aumento no desemprego. “Vejo que é possível um crescimento no número de motoristas de aplicativos e muitos desses não terão condição de ter um carro, precisando do suporte de uma locadora. Além disso, temos aqueles que terão receio de transporte público e medo de pegar aplicativo de transporte, que também, se tiverem uma condição mais favorável, preferirão alugar um automóvel”, avalia.
Fonte: https://brasilturis.com.br/abla-estima-reaquecimento-acelerado-do-setor-de-locacao-apos-pandemia/