ALTERNATIVO: Em meio à polêmica do Uber, empresário cria transporte exclusivo para deficientes físicos; Conheça
Em meio a este cenário, há, por sua vez, quem veja o serviço de transporte privado não só como uma fonte de renda alternativa, mas, também, uma espécie de serviço social. É o caso do supervisor de controle de qualidade, Edson Mendes.
Aos 58 anos, ele criou em fevereiro de 2015, a DZ3 mobilidade. Num primeiro momento, a empresa surgiu por conta de uma necessidade pessoal – o pai de Edson se tornou cadeirante. Veja o vídeo:
Posteriormente, veio a questão financeira. “Sai do emprego em novembro de 2015 e aí, vi nessa prestação de serviço uma nova fonte de renda, além, é claro, de um serviço social para quem necessita. Afinal, Salvador é uma cidade que a questão da mobilidade urbana já não é boa para uma pessoa normal, quanto mais para uma deficiente”, ressalta Edson, que ainda acrescenta:
“É um serviço que não é pioneiro no transporte de cadeirantes, mas é pioneiro com este tipo de veículo (uma Spin, da Chevrolet). Geralmente, os carros adaptados são modelo Doblô (da Fiat) e não são tão confortáveis”.
CLIENTELA ILUSTRE
A opinião é compartilhada por uma de suas clientes mais ilustre, a farmacêutica bioquímica Maria da Penha. Nascida no Ceará, ela dá nome à Lei 11.340 – que completou 10 anos de existência este mês -, cujo teor pune autores de crimes de violência contra as mulheres.
“A questão de mobilidade urbana para deficientes físicos ainda é um tema bastante complexo no país. É muito difícil de se locomover quando você está em uma cadeira de rodas, porque o transporte público muitas vezes não é acessível”, afirmou Maria, que foi além.
“O cadeirante quando encontra um carro adaptado, que lhe fornece segurança, conforto … acaba tendo uma sensação de liberdade enorme. O carro é muito confortável, solicitei o serviço quando estive aí em Salvador na época do Carnaval e fui muito bem atendida”, comentou Maria da Penha.
O SERVIÇO
Para solicitar o serviço é cobrada uma taxa de R$ 30. O valor por quilômetro rodado é R$ 3,50. “Nosso grande diferencial é o conforto e a descrição. O cadeirante quer discrição, o carro tem visibilidade total, não tem plotagem. Só o símbolo internacional de cadeirante e o nome discreto da empresa”, explica Edson.
O serviço funciona durante 24 horas. “Pedimos, porém, uma antecedência do cliente para que nós possamos nos programar, para atendê-los de uma melhor maneira possível. Mas em caso de urgência, nós não vamos abrir mão de atender. É importante dizer que não é um serviço só comercial e um serviço social também para atender as pessoas que tem uma mobilidade reduzida”.
Para se ter ideia, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de dez a doze por cento da população mundial (algo em torno de 700 a 800 milhões de pessoas) têm alguma deficiência física.
Em partes, Edson vê semelhança de seu serviço com o do Uber, porém sem tanta polêmica.
“Pode se dizer que sim. A princípio pensamos em colocar um aplicativo, mas sabemos que o poder aquisitivo da população e o grau de cultura, talvez não fosse compatível com o serviço. É um serviço parecido (com o do Uber). Inclusive, nós tivemos a informação que o Uber tem um projeto para colocar motoristas deficientes físicos, mas, não se tem ainda um projeto para ter carros adaptados”.
Enquanto o Brasil ainda ‘patina’ neste quesito, a França já desenvolve um projeto intitulado de Wheeliz, que disponibiliza carros adaptados que não são utilizados diariamente para pessoas com deficiência. Neste caso, porém, não se tem motorista e é cobrado menos da metade do valor de uma diária das locadoras de veículos.
Fonte: aratu online