Brasileiro troca medo inicial de vexame por orgulho pela Olimpíada

Satisfação pelo Brasil ter organizado bem um grande evento. Esta era a avaliação das pessoas que estiveram no Maracanã acompanhando a cerimônia de encerramento das Olimpíadas. As declarações demonstram que havia medo do país passar vergonha na frente do mundo. Mas o temor virou orgulho, como ressalta a estudante Marina Gregory, 22 anos.
“Achei maravilhoso. Tava com medo que fosse um vexame porque só ouvia falar coisas ruins. Que a água da Baía de Guanabara era suja, no começo deu aqueles problemas com a Austrália. Só que depois da abertura parece que houve uma coisa e tudo deu certo”, diz Marina.
Ela revela certa mágoa com a imprensa estrangeira que, na opinião de Marina, passa para frente e aumenta impressões de um país que não conhece por puro preconceito. A estudante lembra que a maior vergonha das Olimpíadas foi a mentira de um nadador americano.
Haddad Setúbal, 27 anos, concorda com Marina. Morador de Palmas, ele passou 10 dias no Rio de Janeiro e não viu nenhum tumulto, assalto. Se dependesse de Haddad, haveria Olimpíada no Brasil todo ano. Ele falou que conheceu muitas histórias bonitas de atletas e leva isto para vida.
Mas elegeu um esportista preferido, aliás o estrangeiro preferido de muitos brasileiros, Usain Bolt. O rapaz esteve no Estádio Olímpico na final dos 200 metros e conta que as pessoas ficaram ensandecidas. Do momento em que o jamaicano piso na pista até a saída, eram só palmas, gritos de fotos.
“Ele é muito carismático. Consegue deixar o público de pé o tempo todo”.
Gustavo Souza, 33 anos, conseguiu entrar na quadra do esporte que mais gosta, o tênis. Ele explica que sentiu uma emoção muito forte e viu os pelos dos braços ficarem arrepiados. Emocionado, abaixou e tocou o chão com a mão espalmada.
Muita superação
Outra tecla que as pessoas bateram foram os exemplos de superação que os atletas dão. Vários casos foram citados, mas a judoca Rafaela Silva foi a mais lembrada. Primeira vez que alguém conquista mundial e Olimpíada na modalidade, superação de racismo e origem na Cidade de Deus.
Eduardo Campos da Silva, 52 anos, ficou tocado com a história de vida de Rafaela. Ressalta que a trajetória dela faz os brasileiros acreditarem que as dificuldades podem ser superadas. Ele lembra que o país já teve personalidades mundiais, como Santos Dumont, homenageado na cerimônia de abertura.
“A gente tem que entender que podemos fazer as coisas, não só gringo”.
A Olimpíada foi tão aprovada pelos brasileiros que na saída do Maracanã, quando o evento estava encerrado, houve muita gente tirando foto na frente do estádio. E não eram apenas brasileiros.
Por Felipe Pereira, do Uol;
Foto: AFP PHOTO / Jim WATSON.

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